O cinema latino-americano vai muito bem, mas insisto em dizer que a produção brasileira de longas-metragens, à exceção dos documentários, tem deixado muito a desejar.
2009 foi um ótimo ano para filmes nacionais comerciais e descartáveis, na linha Divã, Se Eu Fosse Você 2 e A Mulher Invisível,mas não vimos bons títulos autorais rompendo o circuito dos festivais e chegando ao grande público. Alguém percebeu isso?
Sei que o Oscar não é lá um termêmetro muito confiável, mas a inclusão de dois títulos sul-americanos entre os cinco indicados a melhor filme estrangeiro diz alguma coisa, né?
O medíocre Salve Geral, drama policial de Sérgio Rezende que disputava uma vaga entre os concorrentes, ficou de fora. No entanto, entraram na briga o belíssimo peruano A Teta Assustada, de Claudia Llosa (Urso de Ouro no Festival de Berlim 2009), e o argentino O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella, já indicado uma vez pelo sucesso internacional de bilheteria O Filho da Noiva. Não gosto de seu filme seguinte, O Clube da Lua, mas dizem que este novo é bem melhor.
Completam a lista dos indicados deste ano o elogiado O Profeta, da França, e o teoricamente favorito, A Fita Branca, do alemão Michael Haneke, Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado e, francamente, um dos melhores filmes que vi nos últimos anos.