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Quem vai ganhar o Globo de Ouro?

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Sandra Bullock, a atriz de maior sucesso comercial em 2009, pode vencer pelo drama esportivo-racial O Lado Cego.

A temporada de prêmios, que se inicia em dezembro e se estende até a entrega do Oscar, em março, já é uma tradição do cinema americano – e do europeu (que adora estar presente entre os laureados), de certa forma. Nesse período, as entidades de críticos e da imprensa especializada, assim como a Academia, se tornam o centro da atenções no mundo do entretenimento. Amanhã, em Los Angeles, serão entregues os Globos de Ouro, prêmios concedidos aos melhores do cinema e da televisão pela Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood (HFPA).

A HFPA não é, como muita gente pensa, integrada apenas por críticos. Muito pelo contrário. A maior parte de seus membros votantes é formada por jornalistas que cobrem a área, mas não tem formação acadêmica ou dedicam-se apenas a escrever textos opinativos. Isso explica o caráter pop do evento. E o fato de o resultado da premiação ser por vezes bem duvidoso.

Como os direitos de transmissão internacional da cerimônia de entrega dos Globos de Ouro rendem à HFPA uma nota preta, a entidade trata de fazer da festa um evento de mídia, procurando garantir a presença do maior número possível de celebridades. Isso explica, por exemplo, por que Julia Roberts está entre as indicadas a melhor atriz (comédia ou musical) por Duplicidade, um misto de romance e trama de espionagem até interessante, mas que não fez sucesso e tampouco traz memoráveis desempenhos de seus protagonistas, Julia e Clive Owen. Mas ela estará lá, para abrilhantar a cerimônia, render pontos de audiência à transmissão, que vai ser exibida no Brasil pelo canal TNT a partir de 23 horas de domingo, dia 17.

Nas categorias de drama, acho que Amor sem Escalas, o mais indicado da noite, tem chances de vencer. Mas tem de derrubar Guerra ao Terror, favorito dos críticos, e Avatar, que deve se tornar a maior bilheteria da história em poucas semanas.

O irônico é pensar na saia justa que será o anúncio do vencedor de melhor diretor (que vale tanto para dramas quanto para comédia ou musicais). Os favoritos são Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror) e seu ex-marido, James Cameron (Avatar). Para evitar essa situação, seria mais diplomático, digamos, dar o prêmio a Jason Reitman (Amor sem Escalas). Torço por Bigelow: Guerra ao Terror é, disparado, o melhor filme entre todos os indicados.

No grupo dos atores e atrizes dramáticos, acho que Jeff Bridges, que vive um cantor country decadente em Crazy Heart é favorito. Mas pode perder para George Clooney, muito elogiado (e já premiado) como o especialista em demissões, avesso a compromissos sentimentais, de Amor sem Escalas. Entre as mulheres, a disputa, teoricamente, está entre a superpopular Sandra Bullock (Lado Cego), que vive o melhor momento de sua carreira, e a novata britânica Carey Mulligan, que vive uma jovem inglesa capaz de enfrentar tudo e todos para viver um grande amor com um homem muito mais velho do que ela em Sedução.

Nas categorias de comédia ou musical, uma coisa é certa: a vitória de Meryl Streep. Só não se sabe se por Julie & Julia, no qual vive a lendária autora de livros de culinária e apresentadora de tevê Julia Child, ou se por Simplesmente Complicado. Vi o filme de Nancy Myers nos EUA e ela está realmente muito engraçada como uma mulher de seus 50 e muitos anos, divorciada e mãe de três filhos, que começa a ter um caso como o ex-marido (Alec Baldwin), agora ao lado de uma nova esposa bem mais jovem que ele.

Entre os atores, torço por Joseph Gordon-Levitt (comovente em 500 Dias com Ela), mas acho que quem leva é Michael Stuhlbarg, por Um Homem Simples, dos irmãos Coen.

Como entre os dramas, não há um franco favorito a melhor filme (comédia ou musical), tudo pode rolar na noite de domingo. Embora Nine esteja entre os mais indicados, a crítica detonou o novo musical de Rob Marshall (Chicago). Meu palpite é 500 Dias com Ela), mas posso estar errado.

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Como o nazista Hens Landa, Christoph Waltz merece o Globo de Ouro de melhor coadjuvante.

Os coadjuvantes, que competem em categoria única, parecem estar em corridas menos emparelhadas. Devem levar o Globo de Ouro a comediante negra Mo’nique, que se reinventou como a mãe cruel e amargurada da protagonista em Preciosa, e o austríaco Christoph Waltz, genial como o nazista poliglota do ótimo Bastardos Inglórios.

Na categoria de roteiro, que também não distingue originais de adaptados, há três candidatos fortes: Amor sem Escalas, Guerra ao Terror (meu preferido) e Bastardos Inglórios, que pode dar a Quentin Tarantino, sempre um orador inspirado, a chance de subir ao palco.

Acho que o prêmio de melhor filme estrangeiro está entre o excepcional A Fita Branca (do alemão Michael Haneke)e o envolvente porém irregular Abraços
Partidos
, do espanhol Pedro Almodóvar. Minha torcida, contudo, é pelo chileno A Babá, de Sebastian Silva.

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