Posso até estar sendo purista ou ortodoxo demais, mas há algo de errado quando um filme como Robin Hood, de Ridley Scott, é escolhido para abrir um festival de cinema como o de Cannes.
Não estou dizendo que o longa de Scott, estrelado por Russell Crowe e Cate Blanchett, é ruim. Até porque não o assisti ainda. Afinal, um diretor como títulos como Alien, Blade Runner e Thelma & Louise no currículo nunca pode ser subestimado.
Mas, sei lá,acho que escolher um filme de aventuras hollywoodiano e com vocação eminentemente comercial para iniciar um festival da importância histórica do de Cannes tem um significado algo perturbador. A mostra acaba se assumindo muito mais como vitrine e plataforma de lançamento para grandes estúdios do que como fórum de discussão cinematográfica, panorama de novas tendências etc. O festival serve há décadas da balcão de negócios para produtoras e distribuidoras internacionais, não é novidade. Porém, essa pratica de iniciar o festival com um blockbuster potencial, que já vem sendo adotada há alguns anos, meio que esvazia um pouco a credibilidade do evento.
É o tal red carpet factor. Nada melhor do que ter estrelas como Crowe e Cate para chamar a atenção da mídia internacional.
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