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Star Trek é eletrizante

Divulgação/Paramount
Cena do filme “Star Trek”

Agora é oficial. Foi aposentado de vez o título em portuguêes Jornada nas Estrelas, pelo qual o cultuado seriado de ficção científica ficou conhecido no Brasil desde os anos 1960. Em compensação, a franquia Star Trek está mais viva do que nunca. O novo longa-metragem da marca consagrada, que resgata o passado dos protagonistas da série original e teve estreia mundial neste fim de semana, é espetacular e, desde já, um dos candidatos a blockbuster do ano.

Ao apresentar às novas gerações a história da tripulação original, o filme ressuscita em grande estilo um dos maiores ícones da cultura pop do século 20. E quem duvidava ser possível tornar as aventuras na nave Enterprise atraentes para um público com menos de 20 anos, sem desrespeitar os fãs de antigamente, preste atenção: a missão foi cumprida. E brilhantemente.

A trama de Star Trek revela a infância do capitão Kirk (Chris Pine, de Sorte no Amor) e de Spock (Zachary Quinto, o Sylar da série Heroes). Enquanto o primeiro cresce sem pai, tocando o terror na zona rural do estado de Iowa (EUA), o segundo enfrenta o desafio de ser um estranho no ninho em um planeta regrado pela razão. Os vulcanos, raça de seu pai, prezam o conhecimento e consideram a emoção um sinal de fraqueza. Acontece que a mãe de Spock, vivida por uma quase irreconhecível Winona Ryder, é terráquea e legou ao filho o “defeito” de não conseguir esconder inteiramente seus sentimentos.

As razões que levam tanto Kirk quanto Spock a dar guinadas radicais e embarcar na Frota Estelar, o Exército (ou Marinha, para os mais preciosistas) de paz da Federação, têm suas raízes nessa fase da vida dos personagens. Kirk, filho carente de um pai ausente, busca a autoafirmação. Spock, por sua vez, padece com o preconceito que sofre tanto por parte de colegas quanto de superiores. É impossível aqui não fazer analogias entre o personagem, dividido entre duas culturas e etnias, e o presidente Barack Obama. A tese defendida pelo filme, no entanto, é que ser “mestiço” é uma qualidade da qual se orgulhar.

Kirk e Spock embarcam juntos, porém como quase inimigos, na viagem inaugural da Enterprise, onde acabarão conhecendo os demais personagens clássicos da franquia, como o médico McCoy (Karl Urban, de Desbravadores), Nyota Uhura (Zoe Saldana, de Ponto de Vista), Hikaru Sulu (John Cho, da série Ugly Betty) e o impagável Pavel Chekov (Anton Yelchin, de Alpha Dog), responsável por algumas das melhores piadas do longa.

Mas, como não há filme de aventuras (no espaço ou não) sem um bom vilão, era necessário encontrar um antagonista à altura do retorno de Star Trek. E, acreditem, a escolha do australiano Eric Bana (de Munique e Hulk) é mais um dos muitos acertos da produção. Ele brilha como o malévolo Nero, um romulano cujos planos de vingança (não convém explicar quais são) envolvem Spock e a destruição do planeta vulcano. Mas, como já era de se esperar, antes de enfrentar Nero, os jovens protagonistas terão de lidar como seus conflitos íntimos e pessoais.

Se o roteiro, apesar de simples, funciona muito bem e os efeitos especiais e direção de arte são brilhantes, o maior responsável pelo êxito de Star Trek é mesmo o diretor J.J. Abrams, o homem por trás do fenômeno televisivo Lost. Ele consegue vencer o difícil desafio de ser original sem menosprezar a nostalgia (a cena final do filme é de arrepiar) ou diluir a essência do seriado. Que venha Star Trek 2.

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