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CEO em apuros

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Inovação, business e investimentos com Itamir Viola.

Merger and Acquisition

M&A: por que você realmente deve considerar esse movimento como necessário para sua empresa

Empresas
Quando uma empresa realiza projetos de expansão por meio da compra de outra empresa ou realiza uma união de marcas " chamamos de Merger and Acquisition, ou simplesmente M"A. (Foto: Robert Stump / Unsplash)

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Nos últimos tempos, uma forma de movimentação no mercado das empresas tem chamado a atenção. Ela acontece quando uma empresa realiza projetos de expansão por meio da compra de outra empresa ou realiza uma união de marcas - é o que chamamos de Merger and Acquisition, ou simplesmente M&A. O termo remete diretamente a fusões e aquisições e é uma ação geralmente feita esperando crescimento, seja para conquistar ou combinar forças.

Fusão é quando duas empresas se unem e formam uma nova companhia, o que talvez seja um movimento menos comum do que o de aquisição, mas ainda assim muito importante no mercado. Um bom exemplo disso foi a fusão entre a brasileira TAM e a chilena LAN em 2012, que deu origem à LATAM. Por outro lado, aquisição é quando uma empresa compra a outra e absorve suas operações e marcas, assim como a compra do WhatsApp pelo Facebook em 2014.

Esse tipo de transação iniciou-se com mais relevância por volta da década de 1990 no Brasil, quando empresas internacionais passaram a exercer maior poder econômico no país. A maior conexão mundial que a liberação de fluxos de capitais e a abertura econômica trouxeram alimentaram essa máxima. Novas tecnologias de transmissão e o progresso industrial expandiram as fronteiras.

A globalização da produção e das finanças criava competição com o mundo inteiro, o que aumentava a dificuldade. Como forma de reação, uma das estratégias mais escolhidas foi o M&A, que unia forças de forma estratégica para vencer essa nova competição.

No período inicial, os setores de indústrias de alimentos, bebidas e fumo tiveram o maior número de transações, pelo menos até por volta de 2006. Em segundo lugar, o setor de tecnologia da informação. Nesse período, de 1992 a 2006, o Brasil registrou uma média de 280 transações anuais, de acordo com a “Pesquisa de Fusões e Aquisições 2007”, da KMPG, e Nelson Fontes Siffert Filho em “A economia brasileira nos anos 90”, de 1999.

O ano de 2008 apresentou um forte crescimento no valor das operações, atingindo US$ 106 bilhões globais, conforme estudo divulgado por Lilian Matsuura em 2008, na Revista Consultor Jurídico.

A partir de 2010, principalmente num cenário de recuperação mundial pós-crise econômica de 2008, o Brasil se manteve sempre acima de 590 transações registradas, movimentando até 65 bilhões de dólares anuais, também segundo Matsuura.

Até que em 2020 observamos uma escalabilidade gigante de M&A com mais de 50 mil transações globais e uma média de 3,2 trilhões de dólares. Porém o maior número registrado não demorou muito para ser superado. No ano seguinte, a operação alcançou um recorde de proporções nunca vistas. Em 2021, no mundo, foi registrada a movimentação de mais de 5,9 trilhões de dólares em operações de M&A, com um número total de negócios gerados pelas fusões e aquisições de 9.550, segundo relatório do Global Data.

Isso se deu devido à pandemia. No início, em 2020, a volatilidade do mercado adiou e cancelou muitas transações. Porém, o reaquecimento veio logo em seguida. Com um futuro incerto, a busca por estratégias para preservar valor de mercado e pela própria sobrevivência das empresas mostraram um apelo pela junção de forças e incorporação.

No Brasil, em 2021, mais de 66 bilhões de dólares foram movimentados em mais de 1,6 mil transações, com mais de 80% do capital delas de origem nacional.

Em 2022, 54 mil transações globais movimentaram mais de 3 trilhões de dólares e 1.556 transações foram realizadas no Brasil, também com mais de 80% de origem nacional do capital.

No primeiro semestre de 2022, de 807 M&A’s registradas no Brasil, 360 foram do ramo de tecnologia. Este setor já lidera o mercado de M&A há 10 anos. Fusões e aquisições de empresas do setor de tecnologia representam 45,72% de todas as operações do tipo no Brasil, de acordo com a pesquisa da PwC Brasil.

Em 2023, o primeiro trimestre trouxe incertezas decorrentes da possível instabilidade do cenário econômico estadunidense, mas o que vemos é uma estabilidade do desempenho, apesar das oscilações da inflação. No momento, o mercado de M&A sinaliza bons ventos com um volume de negócios global de 1,3 trilhões de dólares apenas no primeiro semestre.

Tecnologia da Informação foi o setor de maior relevância neste primeiro semestre de 2023 em volume e em investimentos, com mais de 30% do total, ficando em primeiro lugar novamente nos dados.

Observa-se uma grande movimentação na direção do uso dessa estratégia, principalmente ligada à situação global atual e às vantagens competitivas que ela traz como, por exemplo, a maturidade do mercado. Quando se tem a possibilidade de investir, também se tem a possibilidade de testar novas possibilidades e tecnologias.

Hoje em dia, novas demandas surgem muito mais rapidamente e é improvável que uma empresa especializada tenha a rapidez necessária para atender a essas demandas sem contar com a tecnologia e a expertise de outra empresa especializada. Com o M&A, novas operações e soluções podem nascer mais rapidamente para acompanhar a necessidade do mercado.

De outra forma, quando a empresa capta investimento e se torna mercado no Brasil, consegue exportar a sua metodologia e o seu produto para outros países, tornando, assim, o mercado mais potente e a sua solução, diversas vezes, mais valorosa.

Consequentemente, melhores soluções colocam maior competitividade no mercado, geram mais emprego, mais riqueza e mais tributos, girando a máquina pública e aumentando a quantidade de oportunidades e investimentos.

Por meio do M&A, é possível expandir negócios, ganhar eficiência, competitividade, entrar em novos mercados, reduzir os riscos, diversificar e otimizar processos, produção e rentabilidade.

A conclusão disso tudo é que o M&A veio para ficar, sendo, inclusive, uma das boas soluções para a nova dinâmica de mercado, com mutações mais velozes, agressivas e intempestivas.

Além disso, investimentos de private equity, venture capital e corporate venture capital alcançaram 6,47 bilhões de reais de abril a junho de 2023, com alta de 23,2% em comparação ao primeiro trimestre do mesmo ano, conforme um relatório da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da TTR Data. Este dado mostra que ativos alternativos estão em um momento de investimentos com alto valor de aporte e subindo, o que com certeza resultará em mais oportunidades de investimentos em M&A.

Ficar de fora pode resultar em perda de valor e competitividade para a sua empresa, do dia para a noite, principalmente quando seus concorrentes se organizarem nesse formato e fizerem bons movimentos de M&A antes de você.

No próximo artigo, trataremos mais especificamente do porquê sua empresa deve olhar para isso e como entrar nessa jornada de captação e negociação em um processo de M&A.

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