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Certas Palavras

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Disputa eleitoral

Agitações para o 7 de Setembro têm potencial para agravar tensão política

7 de Setembro
Bolsonaro durante a convenção do Partido Liberal: ataque aos "surdos de capa preta". (Foto: André Coelho/EFE)

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Durante a convenção nacional do PL, no domingo (24), o presidente Jair Bolsonaro (candidato à reeleição), convocou seus simpatizantes a irem às ruas no 7 de Setembro. "Convoco todos vocês agora para que todo mundo, no 7 de Setembro, vá às ruas pela última vez", disse o presidente. Em seguida, se referiu aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): "Esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo. Têm que entender que quem faz as leis é o Poder Executivo e o Legislativo", afirmou.

A expectativa dos organizadores do 7 de Setembro, apoiadores de Bolsonaro, é de reunir mais pessoas nas ruas do que o registrado em anos anteriores. A proximidade da eleição e o bicentenário da Independência são uma oportunidade, segundo os bolsonaristas, para “turbinar” as manifestações, que teriam o STF como um dos principais alvos.

As manifestações de 7 de Setembro compõem o rol de ações planejadas pelos organizadores da campanha de Bolsonaro à reeleição. Com medidas recentes, como a redução dos preços dos combustíveis e o aumento do aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 até dezembro, o presidente espera angariar votos de parcelas da população de menor poder aquisitivo. Tanto que decidiu antecipar o auxílio para 9 de agosto. Somam-se ainda Vale Gás, Auxílio Caminhoneiro e Auxílio Taxista.

  • Ampliação do Auxílio Brasil para R$ 600
  • Voucher-caminhoneiro (pagamento de uma bolsa de R$ 1.000 mensais a caminhoneiros autônomos)
  • Subsídio ao etanol (repasse de créditos tributários para a manutenção da competitividade do etanol sobre a gasolina)
  • Auxílio para taxistas
  • Ampliação do vale-gás (passa de R$ 53 a cada dois meses para R$ 120 por bimestre)
  • Alimenta Brasil
  • Perdão do Fies

Algumas medidas do pacote de Bolsonaro para as eleições

Nos bastidores do Congresso, do Poder Judiciário e das oposições há quem avalie que, em caso de ataques contra instituições e o Estado Democrático de Direitos durante protestos no feriado de 7 de Setembro, a crise política será agravada, com possibilidade de disseminação da violência durante a campanha eleitoral.

No STF, a estratégia adotada no domingo, logo após as declarações de Bolsonaro, foi de não rebater o presidente. Há a percepção de que, ao responder a Bolsonaro, os ministros entrariam no jogo da disputa eleitoral.

Uma medida tomada recentemente pela Corte mostra que o tribunal busca se deslocar dos embates eleitoreiros. Os ministros decidiram adiar a posse da nova presidente STF, Rosa Weber, para o dia 12 de setembro, na semana seguinte à do feriado de 7 de Setembro.

As mobilizações dos apoiadores de Bolsonaro para o bicentenário da Independência também miram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal nome das oposições na corrida presidencial. Apoiadores de Lula avaliam que medir força com bolsonaristas nas ruas ‘daria combustível’ à violência política que tem crescido nos últimos meses.

Por sugestão do ex-presidente, petistas e movimentos sociais planejam para 10 de setembro a mobilização da Semana da Pátria, se deslocando da data oficial, 7 de Setembro. A proposta é reunir, além de apoiadores, artistas e intelectuais em torno de temas que afetam a população, como o combate à pobreza, a carestia e o desemprego, além de propostas para a retomada do crescimento. O mote da manifestação será “em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência”.

Nos bastidores do PT muitos avaliam que a máquina do governo e a parada militar favorecem bolsonaristas no feriado da Independência. Diante disso, preveem, além de evitar confronto e animosidade, as manifestações em outra data, em prol da paz e de propostas para o país, farão a diferença.

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