Os anos 80 fervilhavam em ideias de libertação do duro período militar. Estive duas vezes com Fernando Gabeira nesse período.
Em 1985, conversei com Gabeira por um bom tempo em Campo Grande, capital do então mais novo estado brasileiro [Mato Grosso do Sul havia sido criado em 1979, mesmo ano da volta de Gabeira ao Brasil após o exílio]. Eu trabalhava no Correio do Estado e, com pouca frequência, escrevia para outros jornais, especialmente Folha de Londrina e Folha de S. Paulo.
Naqueles anos agitados, Gabeira arrastava multidões às suas palestras. De jornalista nos anos de chumbo, passou a escritor badalado. Seus livros – O que é isso, companheiro?, O crepúsculo do macho e Entradas e bandeiras – eram “devorados” por universitários de todo o país.
A história é longa. Fica para outro texto. O que vale destacar aqui é que temas discutidos por Gabeira há mais de trinta anos continuam a aquecer os debates na sociedade brasileira nos dias de hoje. Quase nada foi superado.
Confira algumas posições de Gabeira na época [a entrevista foi publicada na Folha de Londrina e pode ser lida na íntegra na cópia abaixo. Escrevíamos em máquina de datilografia, mesmo assim a escrita fluía rápido, no ritmo quase alucinante dos anos de abertura democrática]:
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