Foto: Célio Martins| Foto:
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O local poderia ser chamado de privada, onde fica um vaso sanitário em que se pode evacuar e uma pia. Para os mais chics, o termo que cai bem é toalete, ou toilette, em francês, espaço equipado com um vaso sanitário, pia, penteadeira, mesa pequena com espelho para que alguém se arrume.

Na realidade, latrina é a palavra que se enquadra melhor [lugar reservado para dejeções, excremento, urina ou fezes] para esse registro.

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A dita latrina não fica numa casa da zona rural, tão comum ainda hoje no Brasil. Muito menos numa favela ou comunidade pobre de uma rua esburacada da cidade.

A casinha improvisada fica no Champagnat – Bigorrilho, para os mais tradicionais –, onde num passado não muito distante havia latrinas nas comunidades rurais. A diferença é que as latrinas daquele tempo eram bem mais dignas que essa de hoje.

A latrina do Champagnat [um dos bairros mais ricos de Curitiba e lar de boa parte do PIB da capital] foi improvisada num arbusto da via expresso para salvar as cobradoras de ônibus que trabalham nas estações-tubo na hora do desespero.

A construtora da latrina é uma moradora de um condomínio vizinho. Sensibilizada com o apuro das cobradoras na hora de fazer xixi, a mulher decidiu ajudar. E criatividade não faltou: além dos tecidos esvoaçantes, como se fossem um bangalô, também colocou uma fitinhas lilases para decorar.

Pode parecer uma besteira registrar o insólito fato, mas serve para reflexão sobre as condições de trabalho dos trabalhadores brasileiros. Mais chocante ainda se torna pelo contraste da latrina com as ricas construções ao redor.

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