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A nota do Brasil e o poder das agências de risco

Para uns, elas são o “deus do mercado”, a última palavra sobre a situação financeira de um país ou de uma empresa e a segurança para quem vai investir. Para outros, elas representam a ditadura do mercado, os especuladores financeiros e a banda podre da economia mundial, que lucram com quem não produz nada e vive da especulação.

Em todo o mundo cresce os questionamentos sobre o poder de influência das agências classificadoras de risco internacionais. Há autoridades em vários países que defendem maior controle sobre essas instituições. E há quem pregue a “independência” delas.

Entre as críticas mais comuns ao poder das agências está a capacidade que as mesmas têm de surpreender o mercado com anúncios inesperados.

Algumas autoridades fazem comparações assustadoras sobre o poder das agências de risco. Ewald Nowotny, integrante do Banco Central Europeu, chegou a dizer o poder das agências são “maiores que de Deus”.

Nos Estados Unidos, críticas não são de hoje. No Senado americano já houve acusação de que as agências atuaram de forma incorreta às vésperas da crise econômica mundial que explodiu em 2008. Os senadores acusam a Standart & Poor´s e a Moody’s de terem ajudado os bancos a esconder os riscos de investimentos de algumas instituições bancárias, enquanto cobravam comissões dos mesmos bancos.

As agências deram boas notas para milhões de hipotecas dos EUA, que acabaram gerando a grande crise financeira mundial.

Os questionamentos sobre o papel das agências de risco, excluindo os exageros, têm fundamento. É um risco (desculpe o trocadilho) deixar nas mãos de algumas empresas privadas o poder de decidir os rumos da economia global. Há necessidade de debater novas formas de controle.

Os mercados dependem de referências para poder operar, mas a humanidade reúne outros valores, como os direitos humanos e sociais, e não pode ser submetida e controlada por agências de risco.

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