O social-democrata Olaf Scholz, o conservador Armin Laschet e a líder dos “verdes” Annalena Baerbock.| Foto: Reprodução/Facebook/páginas pessoais
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Diferentemente de alguns países – como o Brasil, com Bolsonaro; os EUA, com Trump; e o Peru, com Pedro Castilho – que apostaram em opções mais à direita ou à esquerda em eleições passadas, os alemães estão dando mostra de preferência pelos tradicionais partidos de centro-direita e de centro-esquerda nas eleições marcadas para o próximo dia 26 de setembro. A disputa definirá quem vai substituir Angela Merkel, que está no comando do governo alemão há 16 anos.

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As mais recentes pesquisas de intenção de voto na Alemanha mostram empate técnico entre o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, e a União Democrata-Cristã (CDU), de centro-direita. Em terceiro lugar estão ‘Os Verdes’, com tendência à centro-esquerda, seguidos pelo Partido Democrático Livre (FDP), uma legenda partidária caracterizada pelo liberalismo clássico, com defesa de proteção social.

A extrema-direita, representada pelo partido Alternativa para a Alemanha, legenda populista criada em 2013, amarga um distante quinto lugar. Já a esquerda, simbolizada pela sigla ‘A Esquerda’, que tem origem no Partido do Socialismo Democrático, aparece em sexto lugar nas últimas pesquisas.

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A principal novidade de uma sondagem recente, divulgada nesta terça-feira (24), é o avanço dos sociais-democratas. Pela primeira vez em 15 anos, a centro-esquerda apareceu numericamente à frente da centro-direita, de Merkel. Segundo pesquisa do Instituto Forsa, o SPD tem 23% das intenções de voto, contra 22% da coligação de centro-direita entre os Democratas Cristãos da CDU e os Sociais-Cristãos da CSU. Os Verdes ficam com 18%; os liberais com 12%; a direita, do Alternativa para a Alemanha, com 10%; e A Esquerda, com 6%.

Outra sondagem, divulgada dois dias antes (22/08), do Instituto Insa, confirma a preferência dos alemães pelos partidos de centro-esquerda e centro-direita. O Insa também mostrou a ascensão dos sociais-democratas. De acordo com a pesquisa, a coligação de Merkel (CDU/CSU) perdeu três pontos e os sociais-democratas (SPD) subiram dois em relação à semana anterior, o que configurou empate, com 22% das intenções de voto para cada grupo. Os Verdes ficaram em terceiro, com 17%, mantendo a extrema-direita e a esquerda na rabeira.

Em caso de os resultados das últimas pesquisas se confirmarem nas urnas, nenhum partido conseguiria votos suficientes para governar sozinho, e a formação de um governo só seria possível por meio de uma coalizão envolvendo três agrupamentos políticos. A atual coalizão governamental, entre SPD e CDU/CSU, não seria mais viável, considerando que juntos não conseguiriam controlar mais de 50% do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão. Também não seria suficiente uma união do SPD com os Verdes ou CDU/CSU com os Verdes.

Os nomes que despontam para substituir Merkel são o social-democrata Olaf Scholz, o conservador Armin Laschet e a ‘verde’ Annalena Baerbock, De acordo com o levantamento do Instituto Insa, se o chefe de governo pudesse ser eleito diretamente, o social-democrata Scholz ganharia a votação por ampla margem de votos – 34%, contra 13% de Baerbock e 12%, de Laschet.

Como ainda tem um mês até a eleição, os próprios institutos admitem que o cenário poderá sofrer mudanças, mas a disputa deverá continuar entre as legendas tradicionais de centro-esquerda e centro-direita. Os democratas livres, de direita, poderão ter peso decisivo, caso consigam bom desempenho nas urnas, assim como a esquerda, na formação do novo governo.

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Todas as atenções na Europa agora se voltam para as eleições na Alemanha, país mais influente e maior economia da União Europeia.