Primeiro foi aquele que era considerado o gênio do empreendedorismo, o novo símbolo do capitalismo tupiniquim. Depois foi o menino prodígio, o ícone do homem do mérito e destemido ao risco do mercado.
O “sucesso” de personagens como o banqueiro André Esteves, preso na semana passada sob suspeita de associação criminosa, e o empresário Eike Batista, alvo de denúncias de crimes contra o mercado financeiro, oferecidas à Justiça pelo Ministério Público Federal, coloca por terra a tão propalada “nova geração do capitalismo brasileiro”.
Os dois ícones das elites econômicas nacionais foram escolhidos como “orgulhos da nação” por diversos veículos de comunicação. Estrelas de programas de televisão, seções de economia dos jornais e capas de revistas, Eike e Esteves decepcionaram seus discípulos e seguidores.
Se for colocado ao lado dos dois o empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso na operação Lava Jato, que investiga corrupção nas obras da Petrobras, a conclusão é que o “novo capitalismo” nacional vive do dinheiro público. É o dinheiro da população que financia a “fantástica escalada dos gênios” do empreendedorismo nacional.
Eike, o aventureiro que ilustrava a fábula do cara que adentrou o amazonas em busca de ouro, chegou a ser apontado como o oitavo homem mais rico do mundo, com uma fortuna pessoal avaliada em US$ 34,5 bilhões. Tudo não passava de uma “fortuna de PowerPoint”, construída para especular na bolsa. Tudo derruiu tão rápido quanto foi edificado.
Conta-se que Esteves, nos tempos de estudante de matemática, sonhava comprar um posto de gasolina para ficar rico. Aos 36 anos virou bilionário e dono do oitavo maior banco do país, o BTG Pactual, do qual perdeu o controle nesta semana como consequência de sua prisão.
Todos esses desastres, que agora trazem prejuízos para o Brasil e, consequentemente, para todos os brasileiros, servem de exemplo para uma reavaliação dos valores morais do mundo empresarial.
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