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Não há cor ideológica nessas iniciativas prejudiciais a quem realmente trabalha e produz no país. Pacotaços, arrochos, apertos, ajustes e outros sinônimos de medidas voltadas a tirar direitos dos menos favorecidos economicamente vêm tanto da direita como do centro e da esquerda. Os exemplos, do passado e do presente, são inúmeros. Para situar a questão nos problemas atuais, basta um levantamento de alguns pacotes anunciados [alguns deles fracassados graças à pressão da sociedade] por governos municipais, estaduais e federal.

As ações do governo federal demonstram que o plano é fazer os trabalhadores pagarem a conta da bandalheira e da ineficiência de gestão. A presidente Dilma Rousseff, que foi eleita com apoio da maioria dos representantes dos trabalhadores, se volta contra seus apoiadores com propostas para reduzir o pagamento de benefícios como pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial, seguro-desemprego e seguro defeso.

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Se não bastasse, o Palácio do Planalto avança também sobre concessões que favoreciam a contratação de pessoal. Os cortes nas desonerações da folha de pagamento concedidas às empresa têm forte potencial para reduzir o emprego, um dos últimos pilares que ainda sustentam o governo central.

Na esfera estadual, o governo do Paraná, depois de anos de desperdícios, investimentos que não eram prioritários e ausência de um plano de desenvolvimento sustentável para o estado, viu os cofres do tesouro serem esvaziados. A saída foi propor medidas para tirar direitos trabalhistas e avançar sobre recursos dos servidores, como os da previdência.

No município de Curitiba, também com problemas de finanças, medidas como o aumento das tarifas do transporte público afetam diretamente a parte mais frágil economicamente da sociedade, trazendo sérias consequência sociais. E há ainda o agravante da desintegração de uma rede de transporte que foi considerada modelo em todo o mundo.

Paralelamente a esse ataque nefasto aos direitos conquistados a duras penas pelas classes laborais, os brasileiros assistem atônitos a decisões do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Legislativo [municipal, estadual e federal] que ferem a ética e a democracia. A criação de auxílio-moradia em valores superiores ao que ganha a esmagadora maioria dos brasileiros, o aumento de verbas para mandatos de deputados e vereadores e outras regalias configuram um atentado àqueles que não têm nem mesmo as suas necessidades básicas atendidas.