| Foto: Reprodução DMCA
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A mídia tradicional, as redes sociais e outros canais de internet deram pouca atenção a um levantamento que pode explicar um pouco da fragilidade das democracias na América Latina. O informe 2021 do instituto Latinobarômetro, entidade privada sem fins lucrativos com sede no Chile, mostra que a indiferença quanto a regime político e a preferência por governos autoritários são maiores entre as elites econômicas. O estudo também constata que o apoio à democracia é menor nas parcelas de maior poder econômico da região.

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De acordo com o relatório, diante da afirmação “Em algumas circunstâncias, um governo autoritário pode ser preferível a um democrático”, 18% dos entrevistados da classe alta e da classe média alta responderam que sim. Entre a classe baixa o índice foi bem menor, de 13%.

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Entre integrantes da classe alta, 40% disseram ser indiferente quanto ao regime de governo, enquanto que apenas 43% dessa parcela da população afirmou que a democracia deve ser preferível a qualquer outra forma de governo.

Outro dado preocupante é que a indiferença quanto a regime político e o apoio a governos autoritários é mais forte entre jovens do que entre pessoas acima de 40 anos. Entre os jovens na faixa etária de 16 a 25 anos, 18% responderam ser preferível, em determinadas circunstâncias, um governo autoritário, enquanto que apenas 12% dos maiores de 61 anos fizeram a mesma afirmação.

De acordo com o levantamento, o Brasil está entre os países latino-americanos com maior percentual de pessoas (36%) que consideram que um regime democrático dá no mesmo que um regime autoritário. Nesse tema, o Brasil está em quarto lugar, atrás apenas de Honduras, Panamá e Equador. Do outro lado, Argentina, Uruguai e Equador são os países em que o menor percentual de pessoas consideram que democracia e regimes autoritários são a mesma coisa.

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A grande maioria dos pesquisados respondeu que em seus países há uma democracia com problemas. Somando as que consideram uma democracia com graves problemas e as com pequenos problemas chega-se a 67%. E uma parcela significativa (13%), disseram que em seu país não há democracia. Apenas 6% afirmaram haver democracia plena no país em que vivem.

Apesar desse cenário, 6 de cada 10 entrevistados consideram que a democracia é o melhor sistema de governo. No Uruguai, o primeiro colocado, 86% das pessoas disseram que concordavam ou concordavam muito com a afirmação de que “uma democracia pode ter problemas, mas é o melhor sistema de governo”.

A pesquisa também registrou uma forte reprovação a governos militares. Na Costa Rica, por exemplo, 88% dos entrevistados disseram que em nenhuma situação apoiaria regimes militares e, no Brasil, 59%. Na média da região, 62% não admitem em hipótese nenhuma um governo militar, enquanto que 31% considera a possibilidade diante de uma situação muito difícil.

O estudo constatou ainda uma grande insatisfação dos latino-americanos com a democracia em seus países. Na média dos países, 70% disseram estar insatisfeitos com a democracia e apenas 25% afirmar estar satisfeitos. No Brasil apenas 21% responderam estar satisfeitos ou muito satisfeitos.

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Na percepção da imensa maioria dos latino-americanos, os políticos governam em benefício de grupos poderosos ou para seu próprio benefício (73%). Somente 22% disseram que os políticos governam para o em estar da população.