Cancelamentos de viagens, adiamento de planos para as férias. Com o recolhimento das pessoas em casa e as restrições a viagens em decorrência da pandemia de coronavírus, a indústria do turismo parou. O setor busca soluções para evitar a derrocada em todo o mundo, sem exceções. Os números mais recentes do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês) mostram que 50 milhões de empregos estão em risco no setor globalmente, uma redução entre 12 e 14% dos postos de trabalho.
De acordo com a organização, cerca de 1 milhão de pessoas que trabalham com turismo estão sendo demitidas a cada dia. Os dados divulgados pela WTTC mostram ainda que o setor de viagens e turismo responde por 10,4% do PIB global e mantém um de cada dez empregos no mundo. Em 2019, todas as áreas relacionadas ao turismo movimentaram cerca de US$ 8,8 trilhões, segundo a organização, com 319 milhões de postos de trabalho.
O Instituto do Fórum Mundial de Turismo também apresenta um cenário devastador. Para a entidade, a indústria global do turismo deve incorrer em perdas de US$ 1 trilhão até o fim do ano. Isso se medidas de contenção da pandemia obtiveram êxito. Do contrário, as perdas poderão chegar a US$ 5 trilhões em toda a cadeia ligada às viagens e turismo.
“A pandemia de covid-19 é uma ameaça significativa para a indústria toda, dos empregados às pessoas que querem viajar. O setor tem a força para superar esse momento e vai emergir mais forte e robusto ao tomar as medidas necessárias no combate ao covid-19 e os receios que o cercam”, declarou Gloria Guevara, presidente da WTTC, ao apresentar as projeções para o setor.
Medidas consideradas vitais para o turismo
Em carta aberta dirigida aos governos de todo o mundo, no último dia 17, a organização propõe três medidas consideradas vitais para evitar o colapso: conceder ajuda financeira para proteger a renda de milhões de trabalhadores; conceder empréstimos vitais e ilimitados, sem restrições, a empresas globais de viagens e turismo, bem como aos milhões de pequenas e médias empresas; renúncia de todos os impostos, taxas e demandas financeiras do setor pelo menos nos próximos 12 meses
O Banco Mundial avalia que “é difícil saber quando a recuperação virá” para o setor de viagens e turismo. O banco observa, no entanto, que com ações coordenadas e integradas entre governos e o setor privado, a recuperação provavelmente será mais rápida. A renúncia de cobrança de multa para remarcação de viagens; melhora na comunicação das empresas com as pessoas; acordos conjunto entre governos, setor financeiro e de entidades empresarias e de trabalhadores; suspensão do pagamento de taxas governamentais; suporte financeiro público9 e privado para empresas do setor e renegociação de dívidas relacionadas empréstimos bancários estão entre a medidas citadas pelo banco.
A WTTC também já delineou as medidas que considera importantes para depois que a pandemia for superada. Entre os pontos destacados estão: melhorar a facilitação de viagens, com a remoção e simplificação de vistos onde for possível, redução do custo e melhoria do tempo de processamento, aceitação de vistos de outros países; introdução de tecnologias para viagens mais seguras e simples; remoção de barreiras para aliviar a pressão em portos e aeroportos; redução e remoção de taxas de viajantes, que significam aumento do custo da viagem; aumento de orçamentos dedicados à promoção, marketing e desenvolvimento de produtos, quando os destinos estiverem prontos para receber os visitantes novamente.
No Brasil, entidades pedem medidas emergenciais
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) reuniu as principais entidades do setor para a elaboração de um plano contingencial. Em carta enviada ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, as entidades apontam cinco medidas emergenciais.
O setor do turismo brasileiro faturou R$ 238,6 bilhões em 2019, considerando as atividades de hospedagem e similares, bares e restaurantes, transporte de passageiros, agências de viagens e cultura e lazer. O número de pessoas formalmente empregadas nas atividades turísticas chegou a 2,9 milhões trabalhadores.
“Dados apurados junto a nossos associados indicam, no mês de março de 2020, uma taxa de cancelamento de viagens de 85%. Esta é a maior crise vivenciada pelo setor na era atual e prevemos um altíssimo índice de falências entre as empresas relacionadas ao turismo, resultando em milhares de pessoas desempregadas e impactos diretos e indiretos no PIB brasileiro”, declarou a Abav.
As entidades “disponibilização de linha de crédito especial na Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil para as empresas de turismo, com carência para início do pagamento de no mínimo 6 meses; aprovação de decreto para postergar o pagamento de impostos relativos à folha de pagamento, também por 6 meses; liberação do saque do FGTS para funcionários de empresas que exerçam atividade turística; parecer favorável do Ministério da Justiça em relação à remarcação de viagens contratadas pelo consumidor, frente ao cancelamento e devolução de valores; e redução do IRRF a 0% nas remessas para pagamentos de serviços turísticos ao exterior.
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