Você sabe de onde vem a carne que você come? Foi com a intenção de responder a essa pergunta que a ONG ambientalista Greenpeace buscou fazer um levantamento da origem da carne bovina comercializada nas principais redes de supermercados do país.
A conclusão do relatório é que a carne vendida nessas redes varejistas está longe de garantir segurança contra o desmatamento, o trabalho escravo e a violência no campo.
O estudo, intitulado Carne ao Molho Madeira – Como os supermercados estão ajudando a devastar a Amazônia, mapeia como os gigantes do setor vêm lidando com o problema.
Nenhuma das redes atingiu o patamar “verde”, que corresponde a um percentual de 70% a 100%. “A avaliação revela que nenhum supermercado consegue, hoje, garantir que 100% da carne que comercializa é livre de crimes socioambientais”, diz Adriana Charoux, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
O Walmart foi quem saiu na frente, com 62% dos requisitos considerados fundamentais. Atrás dele, o Carrefour atingiu 23%, enquanto o Grupo Pão de Açúcar (GPA), maior empresa do setor, apenas 15%. Na lanterna, o Cencosud alcançou meros 3%.
Outros supermercados falharam mais ainda: o Grupo Pereira-Comper, o Grupo DB (que têm forte presença em várias cidades da Amazônia) e o Yamada (que preside atualmente a Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS) não forneceram qualquer informação a respeito de suas políticas para evitar a ligação entre o desmatamento e os produtos que comercializam.
De acordo com o relatório, “atualmente existem mais bois do que seres humanos no país: são mais de 212 milhões de cabeças de gado Brasil adentro – só na Amazônia o rebanho é de aproximadamente 80 milhões de animais. Juntas, as quatro maiores redes de supermercados do Brasil (GPA, Carrefour, Walmart e Cencosud) representam mais de 50% do mercado”.
Seria bom se os supermercados se manifestassem sobre o que estão fazendo para impedir o comércio de carne que tem origem na destruição de florestas.
Vídeo sobre o estudo: