A Democracia Corinthiana, movimento que ganhou corpo em 1981, está de volta. A união de figuras históricas do Corinthians e da torcida se reuniu neste mês, pela primeira vez depois de 30 anos, para se manifestar contra o que classifica como “golpe à democracia no Brasil”. O encontro correu no vão do prédio dos cursos de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP.
“Eu estive ao lado de Sócrates, Casagrande, Wladimir, Juca Kfouri, Fon. A nossa tentativa na época era que o esporte marchasse ao lado do povo e contra a ditadura [militar, de 1964]. Agora, estamos enfrentando um movimento que quer dar um golpe na nossa jovem democracia”, disse Adilson Monteiro Alves, diretor de futebol na época da Democracia Corinthiana.
O debate contou também com palmeirenses e são-paulinos. Os convidados falaram sobre a importância da luta pela democracia no futebol e também sobre os riscos do golpe que vem sofrendo o país, se referindo ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A criação do termo Democracia Corinthiana é atribuída ao publicitário Washington Olivetto e se refere ao período em que os jogadores do Corinthians participavam das decisões do clube, quando tudo era resolvido pelo voto, das contratações ao local de concentração.
A Democracia Corinthiana entrou em colapso após 1984, quando o jogador Sócrates, grande nome do movimento, se transferiu para a Itália, e Casagrande, outro líder, para o São Paulo.
O livro Democracia Corintiana – A Utopia em Jogo, de Sócrates e Ricardo Gozzi, conta a história do movimento.
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