Os que me passaram para trás
Os que me passaram para trás
Passaram dos limites
Perderam-se na estrada
Não tiveram caminho de volta
Os que me passaram para trás
Passaram da conta
Somaram vantagens vãs
Subtraíram o pouco de quem não tinha muito
Os que me passaram para trás
Tinham pressa injustificável
Chegaram antes do previsto
Não sabiam que o fim do caminho era imprevisto
Os que me passaram para trás
Ultrapassaram pela contramão
Arriscaram-se tanto
E tudo foi em vão
Os que me passaram para trás
Passaram
Pense
nestes dias de indignação
pessoas de farta mesa batem panelas cheias nas varandas do desespero
balas perdidas alvejam inocentes
seres humanos se enclausuram com cercas elétricas, carros blindados e circuitos digitais
a vida se escracha em redes sociais
pensar não faz mais sentido
pense
no dia em que os mortos de fome romperem os túmulos ao som de caçarolas vazias de esperança
no dia em que os que trabalham paralisarem o duro ofício
no dia em que os espoliados corromperem as regras espúrias da exploração
pense
no tempo em que soldados se recusarem a fazer guerras
forças de segurança se rebelarem contra as ordens para reprimir os injustiçados
excluídos erguerem a voz para exigir igualdade
subjulgados derem um basta à opressão
pense
quando não se aceitar mais a justiça injusta
a força bruta
a imposição da luta
sonhar não será uma eterna labuta
pense
poderá haver caminho seguro
sem perdedores e vencidos
confiança no olhar pelas manhãs cinzas de outono
não pense
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