“A partir de agora vou poder fazer a defesa e provar que não cometi nenhum delito. É tudo invenção de delatores”, reagiu o deputado pelo Paraná Nelson Meurer (PP-PR) após ter se transformado em réu da Operação Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Acusado de participação no esquema de corrupção da Petrobras, Meurer disse que ele e seus dois filhos, Cristiano Meurer e Nelson Meurer Júnior, vão provar que houve um “engano do Ministério Público Federal” na apresentação da denúncia ao STF.
“Acusam que eu solicitei e recebi R$ 29 milhões ilegais, em parcelas de R$ 300 mil por mês. Também falam que eu teria recebido R$ 4,5 milhões em transferências para financiar minha campanha em 2010. Esses valores são absurdos. Eu pedi R$ 1 milhão para o PP, o meu partido, mas recebi só R$ 710 mil, em repasse legal, tudo registrado na prestação de contas de campanha”, disse o parlamentar.
Sobre a decisão do STF, de aceitar a denúncia, Meurer disse que foi “muito bom” e que ele mesmo pediu um pronunciamento do Supremo. “Até agora meus advogados não tiveram condições de formular uma defesa. Agora eu vou poder provar que não cometi nenhum delito. Estou tranquilo”, acrescentou.
Para o relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki, há elementos “robustos” que justificam a abertura de ação penal. O ministro citou, como exemplo, inconsistências na movimentação financeira do deputado, como a disponibilidade de R$ 1,2 milhão.
Meurer foi um dos parlamentares que votaram contra o parecer do Conselho de Ética da Câmara assar o Mandato do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. O nome de Meurer foi incluído na lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato em 6 de março de 2015.
Aliado do grupo de Cunha na Câmara e do presidente interino Michel Temer, o parlamentar do PP também votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.