Kelli Kadanus
Em conversa sobre sua condução coercitiva na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse à presidente Dilma Rousseff que a ação da força-tarefa da operação foi um “espetáculo” e “pirotecnia”, orquestrados pelo juiz Sérgio Moro. “Se os canalhas tivessem mandado um ofício, eu teria ido prestar depoimento. Como já fui três vezes a Brasília prestar depoimento”, diz ele.
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A presidente se mostrou visivelmente irritada com a situação. Questionada se estava tudo bem, não foi otimista. “Não, tô não. Tô achando tudo bem não”, responde Dilma.
As interceptações telefônicas foram autorizadas pelo juiz federal Sergio Moro. Ele levantou o sigilo do procedimento no final da tarde desta quarta-feira (16).
“Eu acho que o Moro quis fazer um espetáculo antes da decisão daquele negócio que está no Supremo para decidir [a defesa do ex-presidente pediu que fosse definido o foro para a investigação da compra do triplex no Guarujá], que a gente não sabe se é contra ou favor, mas ele precisava fazer um espetáculo de pirotecnia”, diz Lula. A decisão, antes da juíza de São Paulo decidir encaminhar o caso à 13.ª Vara Federal de Curitiba, estava a cargo da ministra Rosa Weber, do STF, que decidiu suspender seu trâmite até ouvir o que Sérgio Moro tem a dizer.
“Nós temos que aproveitar a nossa militância e ir para a rua. Eu sinceramente estou querendo me aposentar. Eu vou antecipar a minha campanha para 2018. Vou acertar de viajar esse país a partir da semana que vem, sabe, e quero ver o que vai acontecer”, diz o ex-presidente.
Lula desabafa na conversa com a presidente Dilma, dizendo-se assustado com a “República de Curitiba”, em referência ao juiz Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato. “E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar. Eu sinceramente estou assustado é com a República de Curitiba. Porque a partir de um juiz de primeira instância tudo pode acontecer nesse país”, diz Moro.
Ouça o áudio
Pedido de interferência no STF
Depois de falar com Dilma, Lula conversa com o ministro Jaques Wagner e pede que ele interceda em relação a decisão de Rosa Weber, no STF. “Eu queria que você visse agora, falar com ela já que ela está aí, falar o negócio da Rosa Weber, que está na mão dela”, pede o ex-presidente.
Pertences da época de presidente
Na gravação, também é possível perceber a indignação de Lula com o interesse dos investigadores nos objetos que Lula diz terem sido presentes e que levou para casa ao sair da presidência. “Eu tô pensando em pegar todo o acervo e levar e jogar na frente do Ministério Público. Eles que enfiem no cu e tomem conta disso”, diz.
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