Como ocorreu no Paraná, o plano do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) de fechar ao menos 93 escolas estaduais em São Paulo causou uma forte reação de professores, estudantes, pais e de vários setores da sociedade.
Dados da União Paulista dos Estudantes Secundaristas e da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o sindicato que representa a categoria, 38 escolas foram ocupadas por alunos até esta terça-feira pela manhã.
O governo pediu na Justiça a reintegração de posse das unidades e acionou a polícia militar para sitiar algumas delas, o que acabou culminando com cenas de repressão.
O plano de reforma de Alckmin, que deverá ser implementado a partir de 2016, foi detalhado em outubro. A proposta prevê o fechamento de 93 escolas (1,8% do total de rede), que terão seus prédios cedidos para outras finalidades educacionais, como creches e ensino técnico. Haverá ainda o remanejamento de turmas em 754 unidades, para que haja apenas um ciclo educacional em cada – mais de 300 mil estudantes serão transferidos.
A Apeoesp é contra a reforma por entender que professores serão demitidos e haverá uma precarização nas unidades. A entidade convocou uma paralisação contra a medida para o dia 27 de novembro, sob o lema “Nenhuma escola fechada, nenhuma sala superlotada”, e em seu site afirmou estar “em estado de greve contra a bagunça na rede de ensino”.
O governo Alckmin vem tendo algumas derrotas na Justiça desde que anunciou o plano. A Defensoria Pública de São Paulo e a Subseção de Santos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) obtiveram na segunda-feira uma decisão liminar que suspendeu o fechamento da Escola Estadual Braz Cubas, localizada em Santos, no litoral de São Paulo.
Na última sexta-feira, o juiz da 5ª Vara de Fazenda Pública da Capital suspendeu a ordem de reintegração de posse de escolas ocupadas por estudantes em protesto contra o plano de reorganização escolar.
No mês passado, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), desistiu de seu plano de fechar escolas no estado. A proposta de fechar até 70 unidades estaduais paranaenses provocou forte reação de estudantes, professores e de vários setores.