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Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo
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Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

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Mais de 12 milhões de desempregados, rombo de R$ 25,3 bilhões nas contas em setembro [pior resultado para o mês desde 1997], escolas de ensino médio e universidades ocupadas em todo o país, greves em várias categorias, crise institucional entre Legislativo e Judiciário, ameaça a direitos constitucionais dos cidadãos. Esses são alguns dos resultados que o governo Temer produziu em quase seis meses.

O cenário para o Brasil não é dos melhores. Com uma agenda que fere frontalmente direitos sociais, o governo Temer corre o risco de aprofundar o caos existente hoje na sociedade brasileira.

O governo Temer e setores da sociedade atribuem as desgraças ao governo Dilma, mas a realidade desqualifica esses argumentos. O governo Dilma ficou no passado. A realidade é que o desemprego subiu após a saída de Dilma, o déficit só cresce, o Congresso aprovou o aumento do tamanho do rombo previsto no orçamento e a revolta social a cada dia ganha novos contornos. O que ocorreu depois da saída de Dilma deve ser atribuído ao governo atual, que é o responsável por resolver os problemas, e não criar mais problemas.

Entre as medidas anunciadas pelo governo Temer, a PEC 241, que prejudica avanços da saúde e na educação e que provou reações em vários setores, é a que tem menor resistência. Outras propostas, como o da Reforma da Previdência e da Reforma Trabalhista, têm potencial muito maior para incendiar o país.

O autoritarismo – retratado pela decisão de fazer uma ampla reforma do ensino médio por meio de uma medida provisória (MP), sem nenhum debate e entendimento com educadores, estudantes, pais e representantes da sociedade civil – é outro ingrediente que deve elevar a tensão social.

O pacote que está imposto pelo governo e o Legislativo contempla projetos que podem mergulhar o Brasil no obscurantismo e no atraso. Um exemplo é o projeto “Escola Sem Partido”, que tem como defensores vários integrantes da equipe de Temer e que pretende impedir o livre debate de ideias nas escolas.

O governo, o Legislativo e o Judiciário precisam rever posições e tomar decisões que reforcem a democracia – com a garantia dos direitos fundamentais de seus cidadãos –, melhore a distribuição de renda e deem ênfase à seguridade social. Do contrário, o país corre o risco real de entrar num período de horror, com a fome atingindo as parcelas menos favorecidas economicamente, a discriminação de minorias, a falta de saúde pública e outros males que marcaram a história brasileira.

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