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Luiza Trajano - movimento pela vacina
Da criação do Grupo Mulheres do Brasil ao programa de trainee exclusivo para afrodescendentes e o canal de denúncias para funcionárias vítimas de violência, Luiza Trajano inova no mundo empresarial brasileiro.| Foto: Reprodução/Instagram

Em 2013, a empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, fundou o Grupo Mulheres do Brasil, que hoje reúne cera de 75 mil mulheres. Em 2017, por iniciativa dela, a Magalu criou o Canal da Mulher, para receber denúncias de funcionárias vítimas de violência. Mais recentemente, em setembro do ano passado, a empresa criou o primeiro programa de trainee exclusivo para afrodescendentes, o que gerou críticas, mas também apoio. Agora em 2021, em meio à pandemia, Luiza Trajano anunciou a criação do movimento Unidos Pela Vacina, que reúne empresárias e empresários para arrecadar recursos e cumprir a meta de vacinar todos os brasileiros até setembro.

A proposta de financiar a compra de vacinas com capital privado não é nova. Antes do movimento de Luiza Trajano, um grupo de grandes empresas participou de conversações para compra de 33 milhões de doses da vacina de Oxford com o laboratório AstraZeneca. A diferença da iniciativa do movimento Unidos Pela Vacina é que todas as doses que venham a ser compradas com o dinheiro arrecadado serão destinadas ao Sistema Público de Saúde para a campanha nacional de vacinação.

“O nosso objetivo é vacinar todos os brasileiros até setembro deste ano. Sim, vacina para todos até setembro deste ano! A gente não discute política, não procura culpado. A gente discute, sim, como levar a vacina a todas as pessoas do nosso país”, escreveu Luiza Trajano ao anunciar a criação do movimento.

A nova proposta da empresária teve recepção diferente da que ocorreu diante de outras iniciativas suas. Em 2013, quando liderou a criação da Grupo Mulheres do Brasil, a empresária foi chamada de feminista por conservadores. No ano passado, em reação ao programa de trainee exclusivo para negros, ela chegou a ser acusada de praticar racismo reverso. Desta vez, com a vacina, as reações foram favoráveis.

A primeira proposta de aquisição de vacinas por empresas teve recepção negativa na sociedade devido à possibilidade de parte das doses serem retidas para a vacinação de empregados, liberando somente uma parte para o SUS. Diferentemente desse modelo, a proposta de Luiza Trajano é repassar tudo que for comprado para o sistema público. É mais uma “bola dentro” da empresária, que avança com uma pauta contemporânea no mundo empresarial brasileiro.

Neste momento de escassez de vacina, é importante que todos os esforços sejam no sentido de ampliar a campanha nacional de vacinação, seguindo as prioridades estabelecidas pelo Ministério da Saúde. A partir do momento em que o Brasil conseguir a chamada “imunidade de rebanho” e houver maior oferta de vacinas contra Covid-19, as empresas poderão criar programas próprios de vacinação de seus empregados, como ocorre hoje com a vacina da gripe.

A iniciativa de Luiza Trajano, entretanto, não pode ficar só no discurso. É preciso transparência na arrecadação de doações, para que os doadores e todos os brasileiros possam ter conhecimento dos recursos arrecadados e de como foram aplicados. Se conseguir ajudar a reduzir os “gargalos” para a compra, o transporte, a distribuição e a aprovação de vacinas contra Covid-19 no Brasil, com a finalidade de melhorar a campanha de vacinação pública, o movimento Unidos Pela Vacina terá dado uma grande contribuição ao país e aos brasileiros.

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