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Manifesto de escritores pela democracia reúne mais de 1.200 nomes

Antonio Candido, Chico Buarque, Milton Hatoum e Raduan Nassar estão entre os que assinam o manifesto. Foto: arte com base em fotos do arquivo da Gazeta do Povo. (Foto: )
Antonio Candido, Chico Buarque, Milton Hatoum e Raduan Nassar estão entre os que assinam o manifesto. Foto: arte com base em fotos do arquivo da Gazeta do Povo.

Antonio Candido, Chico Buarque, Milton Hatoum e Raduan Nassar estão entre os que assinam o manifesto. Foto: arte com base em fotos do arquivo da Gazeta do Povo.

Escritores, poetas, editores, ensaístas, livreiros, revisores, capistas, designers, diagramadores, capistas, bibliotecários, contadores de história e ouras pessoas ligadas ao mundo da escrita divulgaram abaixo-assinado em defesa da democracia. O documento, intitulado Escritores e profissionais do livro pela democracia tem mais de 1.200 assinaturas e continua a ganhar adesões na internet.

Entre os que assinam o texto está o cantor, compositor e escritor Chico Buarque. Nomes de peso da literatura brasileira, como Antonio Candido, Milton Hatoum, Raduan Nassar e Bernardo Carvalho também assinam.

A campanha é uma iniciativa de Alberto Schprejer, Haroldo Ceravolo e Daniel Louzada, entre outros autores.

“Ao percebermos as conquistas democráticas ameaçadas pelo abuso de poder e pela violação dos direitos à privacidade, à livre manifestação e à defesa, combinadas à agressividade e intolerância de alguns, e à indesejada tomada de partido por setores do Poder Judiciário, convocamos os profissionais do livro a se manifestarem em todos os espaços públicos pela resistência ao desrespeito sistemático das regras básicas que garantem a existência de um Estado de direito”, diz o texto.

Leia a íntegra abaixo:

Escritores e profissionais do livro pela democracia

Nós, abaixo assinados, que escrevemos, produzimos, publicamos e fazemos circular o livro no Brasil, vimos nos manifestar pela defesa dos valores democráticos e pelo exercício pleno da democracia em nosso país, de acordo com as normas constitucionais vigentes, no momento ameaçadas.

Não podemos imaginar a livre circulação de ideias em outra ordem que não seja a da diversidade democrática, gozada de forma crescente nas últimas décadas pela sociedade brasileira, que é cada vez mais leitora e tem cada vez mais acesso à educação.
Ainda podemos nos recordar facilmente dos tempos obscuros da censura às ideias e aos livros nos 21 anos do regime ditatorial iniciado em 1964.

A necessária investigação de toda denúncia de corrupção, envolvendo a quem quer que seja, deve obedecer às premissas da legalidade e do Estado democrático de direito.

O retrocesso e a perda dos valores democráticos não interessam à maioria do povo brasileiro, no qual nos incluímos como profissionais dedicados aos livros e à leitura.

Ao percebermos as conquistas democráticas ameaçadas pelo abuso de poder e pela violação dos direitos à privacidade, à livre manifestação e à defesa, combinadas à agressividade e intolerância de alguns, e à indesejada tomada de partido por setores do Poder Judiciário, convocamos os profissionais do livro a se manifestarem em todos os espaços públicos pela resistência ao desrespeito sistemático das regras básicas que garantem a existência de um Estado de direito.

Dizemos não a qualquer tentativa de golpe e, mais forte ainda, dizemos sim à Democracia.”

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