A morte de estrelas como Michael Jackson e Prince levou muitas pessoas a se perguntarem quais as razões que levam pessoas ricas e famosas a desprezar a vida. Ídolos de todas as gerações vão embora muito cedo, deixando para os seus fãs uma sensação de vazio, de perda.
Michael Jackson vem apenas confirmar o que virou marca no mundo da música, do teatro, da literatura e de muitas outras artes. Muitos gênios superam barreias intransponíveis para chegar ao topo, mas depois que atingem o lugar mais alto mergulham no abismo. Não conseguem se livrar do desejo de mergulhar na escuridão, da ânsia de saltar para o desconhecido. É como se fosse uma busca pelo lado obscuro da existência, da grande incógnita. Não têm a chance de curtir o barato de viver uma vida longa, atravessar gerações, conhecer épocas diferentes e ver o mundo se transformar.
Os casos de morte de jovens talentos – Michael Jackson não era tão jovem assim – são mais evidentes na música por se tratar de uma arte de maior popularidade. Jim Morrison, o vocalista do The Doors, viveu apenas 28 anos. Deixou os palcos no auge da carreira, em 1971. Apareceu morto na banheira do apartamento, em Paris. Consumia heroína e não faltam especulações sobre a causa da morte. Teria sido overdose de cocaína.
Para ficar apenas na letra “J”, os exemplos são muitos. Jimi Hendrix, o maior guitarrista de todos os tempos, se foi aos 27. Gostava de LSD e morreu após uma overdose de comprimidos para dormir e vinho. Janes Joplin, a maior estrela feminina do lendário festival de Woodstock, também morreu aos 27 anos. A causa do fim da autora do álbum Pearl: overdose de heroína.
Ídolos brasileiros não ficam de fora dessa lista de tragédias pessoais. Elis Regina, uma das mais brilhantes vozes da música popular brasileira, se apagou antes de completar 37 anos. A “Pimentinha” abusou de cocaína, tranquilizantes e bebida alcoólica.
Outros músicos não morreram de overdose, mas tiveram a carreira interrompida cedo pela “loucura” a qual viviam, com abusos de drogas, álcool e sexo. Cazuza se foi vítima de Aids e Bob Marley, o fenômeno do reggae, não resistiu ao câncer depois de anos e anos fumando maconha sem nenhum controle.
Enquanto uns morreram de overdose, outros foram vítimas de fãs e desequilibrados. Brian Jones, um dos fundadores da banda Rolling Stones, teria sido morto por um empreiteiro que trabalhava na sua casa. Assim como Morrison, apareceu morto na piscina, aos 27 anos. John Lennon, o nome mais importante dos Beatles e o mais equilibrado de todos os astros mortos precocemente, não teve a sorte de gozar vida longa devido à monstruosidade de um fã. Foi assassinado aos 40 anos, em Nova Iorque, quando retornava do estúdio de gravação.
No teatro, no cinema e na literatura as tragédias pessoais também não faltam. Na poesia, um caso marcante é de Arthur Rimbaud. O “enfant terrible”, autor de Une Saison en enfer (Uma temporada no inferno) e Iluminations, abandonou as letras no auge da fama, em Paris, e partiu para o mundo dos desiludidos. Foi mendigo, virou traficante de armas e acabou morto aos 37 anos, em Marselha. Oscar Wilde, o criador de O Retrato de Dorian Gray, era reconhecido também pelas suas excentricidades. Deixou o mundo aos 45.
James Dean, animal selvagem de Juventude Transviada, talvez seja o exemplo mais claro das loucuras do mundo do cinema. Morto aos 24 anos, fumava, bebia e tinha paixão por carros velozes. Se espatifou num acidente automobilístico fatal. No dia em que morreu, Dean ainda esgotava ingressos com o seu primeiro filme.
A lista de nomes é extensa: Marylin Monroe, Castro Alves, Cassia Eller… Todos esses dramas nos levam a certificar que viver e morrer são atos inexoráveis.