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O reencontro do Abba após 35 anos
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Quem tem mais de 40 não deve esquecer jamais. Eram os anos 1970. Nos fins de semana muitos dos caminhos levavam os jovens a uma discoteca para namorar e dançar sob os efeitos psicodélicas de luzes estroboscópicas refletidas em um globo cheio de pequenos espelhos que girava no meio do salão. E o som que embalava aquelas noites românticas, joviais, de canções lineares, com batidas simples e uma sonoridade clean era da banda sueca Abba.

Para a turma que ainda vivia o clima de Woodstock, da onda hippie do fim dos anos 1960 e da contracultura, parecia difícil entender aquele momento de sons gravados em estúdio e com recursos técnicos antes nunca usados. O Abba, junção das iniciais de Benny Andersson, Anni-Frid “Frida” Lyngstad, Björn Ulvaeus e Agnetha Fältskog, tocava sem parar nas rádios, era a trilha sonora dos namoros apaixonados nos carros aos sábados à noite. Nas discotecas, quando rodava o hit Dancing Queen, ninguém ficava sentado, mesmo que o primeiro beijo estivesse bem perto de acontecer.

“É como se o tempo tivesse parado e voltássemos de umas férias curtas.”


Desde 1972, por dez anos seguidos, o Abba foi um fenômeno pop universal. A conquista definitiva dos corações de uma grande parcela da juventude “comportada mas nem tanto” da época aconteceu em 1974, quando a banda ganhou o Festival Eurovisão da Canção. Dois anos depois chegou ao topo, com músicas nos primeiros lugares das paradas em todo o mundo. A banda, formada por dois casais apaixonados vendeu mais de 350 milhões de álbuns.

Em 1982 veio o fim um tanto abrupto, ainda que a banda atraísse multidões por onde passava. Desde aquele longínquo inverno, canções do Abba – como Gimme! Gimme! Gimme!, Mamma Mia, Take a Chance On Me e Fernando – permaneceram na memória e nos acervos de milhões de fãs. Durante todo esse tempo, por várias vezes, se falou na possibilidade da volta dos ídolos, o que nunca aconteceu. A banda jamais se dissolveu oficialmente, mas deixou de subir aos palcos.

No auge da fama, Bjorn Ulvaeus, Agnetha Faltskog, Anni-frid Lyngstad e Benny Andersson caminham em rua de Marstrand, na Suécia, em 1979. Foto: Roger Turesson/AFP

A volta do Abba aos palcos continuam uma incógnita. Mas nem tudo é incerto. Na semana passada os quatro músicos suecos deram uma pontinha de esperança aos cinquentões e sessentões dos embalos de sábado à noite. A banda anunciou que vai se reunir para gravar duas novas canções.

“Nós quatro achamos que, depois de 35 anos, pode ser divertido unir forças de novo e entrar num estúdio de gravação. Então fizemos isso”, afirmou o quarteto em um comunicado. A banda revelou ainda que uma das faixas, I Still Have Faith in You, será apresentada em um programa especial para a TV em dezembro deste ano.

Hoje, Benny Andersson, Frida e Björn Ulvaeus estão com mais de 70 anos de idade. Apenas Agnetha Fältskog está na turma dos 60 – ela nasceu em 1950 e completou 68 anos em abril.

“Pode ser que tenhamos envelhecido, mas a canção é nova”, disseram as estrelas por meio da conta oficial do grupo no Instagram. “É como se o tempo tivesse parado e voltássemos de umas férias curtas.”

Umas férias que muitos nunca deixaram de acreditar que um dia acabariam.

Figuras de cera dos astros da banda, em Londres. Foto: Justin Tallis/AFP

Biografia

Banda acabou quando com o fim do amor entre os casais

“O Abba começou como um grupo formado por dois casais apaixonados, e quando o amor se foi, grande parte da energia desapareceu.” É o que concluiu o pesquisador Carl Magnus Palm, autor da biografia do grupo, após 15 anos pesquisando a história da banda pop mais famosa da Suécia e ouvindo os seus quatro integrantes e amigos.

Lançado no Brasil em 2014, “Abba – A Biografia” narra em suas 452 páginas a história de vida de Björn Ulvaeus, Benny Andersson, Agnetha Fältskog e Anni-Frid (mais conhecida como Frida) e se estende até os dias atuais.

Para o autor, o amor e a paixão entre Benny e Frida e de Björn e Agnetha sempre foram temas de suas canções. Com a separação, o grupo perdeu o tom e a alegria.

Björn e Agnetha casaram-se meses antes da formação do quarteto, enquanto Benny e Frida casaram-se apenas em 1978. O divórcio dos dois casais aconteceu antes do fim da banda.

Frida seguiu com a carreira musical e lançou cinco álbuns solo. Em 2015, gravou o single “1895”. Björn e Benny continuaram uma parceria por muitos anos. Escreveram o musical Chess, que teve como grande sucesso o hit One Night In Bangkok, cantando por Murray Head. Ambos também fizeram carreira solo. Agnetha lançou seu primeiro álbum solo, Wrap Your Arms Around Me, em 1983 e vendeu, apenas na Suécia, 320 mil cópias. Depois disso se afastou da mídia e da vida pública. Em 2004 ela voltou aos holofotes. Seu último disco foi lançado em 2013 intitulado “A”.

Foto da banda em 1974, quando venceu o Festival Eurovisão da Canção. Foto: AFP

Grandes sucessos

Dancing Queen (1976)

Knowing Me, Knowing You (1976)

Waterloo (1974)

Mamma Mia (1975)

Take a Chance On Me (1978)

I Have a Dream (1979)

SOS (1975)

Gimme! Gimme! Gimme! (1979)

Fernando (1975)

The Winner Takes It All (1980)

Money, Money, Money (1976)

Does Your Mother Know (1979)

Lay All Your Love On Me (1980)

Dancing Queen, maior sucesso do grupo, chegou ao primeiro lugar nas paradas dos EUA em 1977.

Discografia

Ring Ring (1973)

Waterloo (1974)

ABBA (1975)

Arrival (1976)

The Album (1977)

Voulez-Vous (1979)

Super Trouper (1980)

The Visitors (1981)

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