Cármen Lúcia diz que assassinato de Marielle atinge todo mundo. Foto: Nelson Jr./STF| Foto:
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Presidenta

1 Mulher que se elege para a presidência de um país.

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2 Mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição

3 Mulher que presidente (algo)

Feminino de presidente

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa”

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A ministra Cármen Lúcia, presidente eleita do Supremo Tribunal Federal (STF), não foi nada bem ao afirmar que quer ser chamada de presidente e não presidenta quando assumir o cargo máximo na Corte.

Em meio a um julgamento, no último dia 10, o atual presidente do STF, Ricardo Lewandowski, passou a palavra a Cármen Lúcia e perguntou: “Concedo a palavra à ministra Cármen Lúcia, nossa presidenta eleita… ou presidente?”

“Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, não é não?”, respondeu a ministra.

A resposta provocou uma série de críticas. Não faltaram professores de português para corrigir a ministra. O erro da ministra teria despertado pouco interesse não fosse o fato de a presidente afastada Dilma Rousseff ter pedido para ser chamada de presidenta quando foi eleita para a Presidência da República pela primeira vez, em 2010.

O professor e colunista da Folha de S. Paulo Pasquale Cipro Neto foi um dos que contestaram a ministra do STF.

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“Data venia, Excelência, o cargo é de presidente ou presidenta”, escreveu Pasquale.

Em sua coluna na Folha de S. Paulo, o professor explica que “na sua edição de 1913, o dicionário de Cândido de Figueiredo registra ´presidenta´, como “neologismo”. Um século depois, esse ´neo-´ perdeu a razão. A edição de 1939 do “Vocabulário Ortográfico” registra o termo. A última edição de cada um dos nossos mais importantes dicionários e a do ´Vocabulário Ortográfico´ também registram”.

Vale observar que em espanhol, diferentemente do português, não há estranheza em chamar mulher de presidenta. Michelle Bachelet, atual presidenta do Chile, e Cristina Kirchner, ex-presidenta da Argentina, muito antes de Dilma, sempre foram chamadas de presidenta.

A ministra Cármen Lúcia tem todo o direito de preferir ser chamada de presidente, mas deveria saber que o substantivo feminino presidenta está correto e não morreu na língua portuguesa.