Quando fundou o jornal The Storm Lake Times – uma publicação bi-semanal do condado de Buena Vista, no noroeste de Iowa (EUA), com circulação média de três mil exemplares por edição – a família Cullen certamente sabia que seria impossível competir com grandes diários, como The Washington Post e The New York Times. E essa não era a pretensão. Mas os Cullen tinham confiança de que um bom trabalho poderia levar o pequeno jornal muito além das fronteiras de Buena Vista.
Art Cullen decidiu então apostar em seus editoriais. E o esforço valeu a pena. Aos 59 anos, Art derrotou gigantes como o The Washington Post e conquistou o Pulitzer, prêmio de maior importância no jornalismo dos Estados Unidos e reconhecido em todo o mundo, por seus textos sobre danos ao meio ambiente e à saúde dos moradores de sua região.
O irmão de Art, John, fundou o jornal em 1990 e cuida das finanças. Sua mulher, Dolores, é repórter e fotógrafa. O filho de Art, Tom, é o jornalista que fez as investigações e buscou as informações que garantiram o prêmio.
A série de editoriais desvendou quem estava doando recursos para defender os responsáveis por contaminar o principal rio da região, o Raccoon, prejudicando a saúde de milhares de consumidores.
O Pulitzer representa o reconhecimento da persistência dos Cullen, que, ao longo de dois anos, enfrentou gigantes da agricultura de Iowa, entre eles a Koch Brothers, a Cargill e a Monsanto.
O trabalho do The Storm Lake Times deve ainda servir de homenagem ao esforço de jornalistas de todo o mundo que enfrentam os mais diversos obstáculos para divulgar informações que contribuem para a melhoria da vida das pessoas.
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