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O PIB per capita dos brasileiros, quando medido em dólares, registrou dois períodos de alta nos últimos 30 anos. O primeiro, mais curto, ocorreu no início do Plano Real, entre 1994 e 1997. O plano começou no governo de Itamar Franco e foi complementado com Fernando Henrique Cardoso (FHC). O segundo ciclo de crescimento – mais longo – veio a partir de 2003, no governo Lula, e durou cerca de 10 anos. Nos últimos cinco anos (2015-2020), contudo, o PIB per capita do Brasil calculado na moeda norte-americana sofreu forte queda, atingindo níveis abaixo dos registrados em 2007.

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Dados compilados pelo painel Statista, com base em levantamentos do Fundo Monetário Internacional (FMI), mostram que o PIB per capita brasileiro (em preços correntes), saltou de cerca de US$ 3,5 mil em 1994 para US$ 5,3 mil em 1997. Depois do ganho com a derrubada da hiperinflação, voltou a entrar em queda, chegando a pouco mais de US$ 2,8 mil em 2002, último ano do governo de FHC. A partir de 2003 registrou alta constante durante 10 anos. O auge veio em 2011, primeiro ano do governo Dilma Rousseff, quando superou os US$ 13 mil.

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Em 2015, no entanto, o PIB per capita brasileiro medido em dólar caiu abaixo dos US$ 9 mil e não consegui mais chegar aos dois dígitos. A piora veio em 2020, com a pandemia de coronavírus. O Brasil fechou o ano com PIB per capita inferior a US$ 7 mil dólares, regredindo a um patamar de 14 anos atrás.

O PIB per capita do Brasil, que sempre superou o da China desde que começou a ser comparado pelo Banco Mundial, agora ficou para trás. Também perde para o do México, da Argentina, do Chile e do Uruguai. A Colômbia encostou nos últimos anos e há projeções que mostram possibilidades de o país vizinho superar o Brasil.

PIB nominal do Brasil perdeu a marca dos US$ 2 trilhões e não recuperou mais.

Outro indicador do FMI, que mede o PIB per capita com base na paridade do poder de compra (PPP) das moedas locais, registra que o Brasil recuou no ranking global dos países em 2020 e deve continuar a perder posições nos próximos anos.

Em 2014, o Brasil estava na 76ª posição global. No passado, terminou em 85º e, neste ano, deve cair para 84º, segundo as projeções do FMI. O PIB per capita, considerando a paridade de poder de compra, que era de US$ 15,8 mil seis anos atrás, fechou o ano passado em US$ 14,9 mil.

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A queda da renda do brasileiro é reflexo do encolhimento da economia do país nos anos recentes. O PIB superou a marca de US$ 1 trilhão pela primeira vez em 2006. Cinco anos depois, em 2010, dobrou de tamanho, chegando aos US$ 2 trilhões. Perdeu a marca em 2015 e fechou o ano passado com apenas US$ 1,43 trilhão, de acordo com os dados do FMI, regredindo a níveis de 2007.

O salário mínimo brasileiro, que chegou a superar US$ 300, hoje está em cerca de US$ 200, uma redução de mais de 30%.

A evolução do salário mínimo no Brasil, quando medido em dólar, também mostra como os brasileiros ficaram mais pobres nos últimos cinco anos. Há 20 anos, o piso nacional era pouco superior a US$ 60 dólares. Com o crescimento da economia na primeira década e aumentos reais, o salário mínimo superou os US$ 300 em 2011 e ficou acima desse patamar até 2014. Após forte queda em 2015, teve leve recuperação em 2017 e voltou a desabar nos anos seguintes. Em 2020 reduziu para em torno de US$ 200 e, em alguns momentos deste ano, ficou abaixo disso.