Marina Silva e Requião defendem eleições já, mas têm propostas diferentes de encaminhamento. Foto: Priscila Forone/Gazeta do Povo| Foto:
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Uma proposta para que a população decida pela realização ou não de “eleições já” vem conquistando apoio em diversos partidos, movimentos sociais e sindical e até entre parlamentares e líderes políticos que apoiaram o impeachment e estão insatisfeitos com o governo de Temer.

A tese foi reforçada depois que a presidente afastada Dilma Rousseff admitiu uma “consulta popular” caso o Senado não aprove o impeachment. Em entrevista veiculada na noite de quinta-feira (9) pela TV Brasil, Dilma defendeu pela primeira vez a realização de um plebiscito.

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“Que se recorra à população para ela dizer… pode ser um plebiscito, eu não vou dar o menu total, mas essa é uma coisa que está sendo muito discutida”, afirmou Dilma.

O senador paranaense Roberto Requião (PMDB) é um dos principais líderes do movimento nacional pela realização da consulta popular. Na quinta-feira (9), Requião propôs no plenário do Senado um programa de transição para o país, prevendo medidas urgentes nas áreas econômica e política. O programa seria adotado no período entre a derrubada do processo de impeachment no Senado e a posse do novo presidente.

Pela proposta do senador, durante o processo de eleição até a posse, a presidente Dilma comandaria um governo de transição, concentrando ações para uma virada na economia, substituindo os pressupostos neoliberais hoje vigentes por uma política econômica anticíclica.

Embora seja do mesmo partido do presidente interino Michel Temer (PMDB), Requião é frontalmente contra as medidas adotadas pela equipe provisória. “O Brasil está dando asilo a um projeto que faliu no mundo todo e que até o FMI vê com reservas”, criticou em seu site.

Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, foi uma das primeiras líderes a defender eleições já. Mas a proposta da candidata derrotada nas eleições de 2014 é diferente da proposta por Requião e defendida por Dilma. Marina cobra um decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as contas de campanha da chapa Dilma/Temer, o que levaria a novas eleições.

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“O TSE é a instituição com legitimidade para decidir sobre a cassação da chapa Dilma/Temer”, defendeu a Rede em abril passado.

Pela tese de Marina, não haveria necessidade de aprovar uma emenda à Constituição, enquanto que pela proposta de plebiscito a aprovação de novas eleições teria de passar pelo Congresso, por meio de mudança constitucional.