Para uns ele é um deus, um herói, mito, símbolo da Justiça. Para outros, não passa de um justiceiro, que usa a Justiça para fazer política, uma imitação de astro pop-brega com magistrado.
Seja o que for na opinião de cada um, a realidade é que o juiz Sergio Moro se transformou na grande personalidade do país. O paranaense virou uma celebridade, como um cantor de rock, um astro do cinema, um craque de futebol, ídolo sertanejo universitário ou um galã de TV.
Por onde passa, o juiz paranaense recebe elogios, homenagens, aplausos, declarações das mais diversas.
A última celebração ao magistrado da Operação Lava Jato aconteceu durante o show da banda Capital Inicial, em Curitiba. Antes de cantar a música “Que País é Esse?“, o vocalista do grupo, Dinho Ouro Preto, disse que, em vez de dedicar a canção aos corruptos, como costuma fazer, iria dedicar a Moro. Se não bastasse, Dinho postou no Facebook uma foto ao lado do magistrado.
Em Nova York, Sergio Moro teve um jantar de gala promovido pela Time para homenagear as personalidades mais influentes do mundo. Moro figura nesta lista da revista ao lado de personalidades como a chanceler alemã Angela Merkel, os pré-candidatos à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump e Hilary Clinton, o presidente Barack Obama e o presidente francês, François Hollande.
Um dia antes da votação do impeachmet da presidente Dilma Rousseff na Câmara, Moro foi aclamado em uma pizzaria de Curitiba. A fotografia do ex-presidente Lula ao lado da maître Flora Madalosso na entrada do restaurante Madalosso, em Santa Felicidade, bairro tradicional da gastronomia curitibana, será trocada pela de Moro.
Em palestras, encontros, e até dentro de aviões, a presença de Moro provoca frisson em muita gente. Ele também alimenta o comércio, está em lojas de roupas, estampas de camisetas, bombons e bonecos de super-heróis. Mas há também os críticos.
Moro é acusado de agir por interesse partidário e parcialidade nas ações da Operação Lava Jato. Os críticos acusam Moro de não investigar nem punir políticos do PSDB nem do PMDB. Em resposta, ele tem afirmado mais de uma vez que não tem partido e age dentro do manda a Lei.
Há ainda os que o criticam por querer aparecer, fazer “show midiático” e descaracterizar a imagem sóbria que um juiz deve manter. Para esses, Moro seria o famoso “arroz de festa”, que está em todos os lugares querendo aparecer.
É o preço que se paga por se transformar em celebridade.
Vídeo de Moro no show do Capital Inicial: