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Durante o período de ascensão da União Soviética prevaleceu o equilíbrio do medo, com a chamada Guerra Fria. Após a queda do bloco comunista, o mundo deixou de ser bipolar e os Estados Unidos tornaram-se hegemônicos no planeta. No novo milênio, com o crescimento das chamadas economias emergentes e o avanço da União Europeia, cada vez mais ganha espaço o debate sobre a necessidade de um mundo com diversos centros de poder, onde não se permite que um ou dois países apenas imponham suas políticas aos demais.

Os desafios para um mundo multipolar são muitos, mas aqueles que sonham com um planeta digno de toda a humanidade não podem deixar de trabalhar para mudar a ordem internacional vigente.

Há um número imenso de motivos favoráveis a uma revolução global. Para exemplificar, basta citar alguns dos principais:

Econômico

Assim como no passado foi necessário que as nações colonizadas se tornassem independentes para buscar o desenvolvimento, em um mundo com diversos centros de poder as possibilidades de redução das desigualdades serão maiores. É preciso descentralizar a economia mundial, tornando possível a produção e distribuição de riquezas para todos os países. As maiores reservas naturais estão nos países pobres e em desenvolvimento, mas o poder econômico e tecnológico fica com a minoria do chamado primeiro mundo. Há um grande número de multinacionais – com sede nas potências – que possuem mais poder que vários países.

Cultural

Vivemos hoje em um planeta em que, apesar da evolução dos meios de comunicação digitais, os países desenvolvidos impõem sua cultura. As populações de todos os continentes consomem música, filmes, livros e outros produtos da indústria cultural dos centros econômicos. Com eles (os produtos culturais) vêm, de forma subliminar, os costumes, os valores, a moral, …  Com a multipolarização teremos um planeta de muitas cores, muitos sons, ritmos, olhares e formas diferentes de se viver. A unipolaridade inibe a diversidade.

Segurança

Os conflitos da atualidade passaram a ser mediados por um único país ou pequeno grupo de países. Os Estados Unidos, com  seus aliados europeus, se acham no direito de decidir o que é justo na Argentina, Palestina, na Índia, na Ucrânia, na Rússia, em Cuba, na Venezuela, no Brasil e em diversos países africanos. Não se justifica um Conselho de Segurança da ONU em que apenas cinco países decidem pela paz ou pela guerra. Não é bom para a paz e o equilíbrio internacional um grupo seleto de países deter poder bélico – e atômico – para se impor sobre todas as outras nações.

Há motivos políticos, religiosos, sociais, ambientais e outros que justificam a descentralização. Não existe chance de a democracia avançar sem a multipolaridade.