• Carregando...
Cartaz de campanha pelas eleições já, do Partido Pátria Livre.
Cartaz de campanha pelas eleições já, do Partido Pátria Livre.| Foto:
Cartaz de campanha pelas eleições já, do Partido Pátria Livre.

Cartaz de campanha pelas eleições já, do Partido Pátria Livre.

A ideia de antecipação das eleições para resolver a crise política que se instalou no país conquista mais adeptos a cada dia. Líderes que antes resistiam à proposta começam a avaliar a possibilidade de entregar aos eleitores a decisão.

Uma pesquisa do Ibope [apesar dos questionamentos sobre a manipulação de sondagens de opinião] mostra que 62% das pessoas ouvidas consideram a melhor saída a realização de eleições. Na faixa etária entre 16 e 24 anos, o porcentual sobe para 70%. Para complicar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff em andamento no Congresso, apenas 8%, de acordo com o Ibope, defendem que o vice Michel Temer assuma a Presidência. Em contrapartida, 25% querem que Dilma continue no cargo.

O que disseram os entrevistados, segundo o Ibope:

62% – Novas eleições para presidente
25% – Dilma continuar seu mandato
8% – Vice-presidente Michel Temer assumir a presidência

Mas existe divergência entre os que defendem eleições já. Enquanto uns setores são a favor apenas da escolha de presidente e vice-presidente da República, há quem seja favorável às eleições também para deputados.

Marina Silva, da Rede, foi o primeiro nome a defender as eleições já. “A saída para o Brasil é uma nova eleição, que possibilite aos partidos se reapresentarem para a sociedade brasileira”, defende a candidata derrotada no primeiro turno das eleições de 2014.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, também aderiu à tese e defendeu publicamente a antecipação.

Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) protocolada por um grupo de seis senadores que une PT, PPS, Rede e PSB prevê eleições presidenciais junto com as eleições municipais, em outubro deste ano.

Na mídia, a Folha de S. Paulo saiu na frente com um editorial intitulado “Nem Dilma nem Temer”. “Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação”, publicou o jornal.

Fora do país, publicações tradicionais passaram a defender as eleições gerais antecipadas, o que inclui também o Congresso. A revista Economist, de linha conservadora, colocou uma posição clara sobre a crise no Brasil. “Os eleitores merecem uma chance de se livrar de todo o Congresso infestado de corrupção. Apenas novos líderes e novos legisladores podem realizar as reformas fundamentais que o Brasil necessita”, diz a revista, que defende também a eleição para presidente e vice-presidente da República.

O jornal Miami Herald dedicou seu principal editorial ao tema. “Os brasileiros não devem ser enganados. O crime que deprimiu o país é o desvio de dinheiro público. Vão atrás dos bandidos, e deixem que os eleitores decidam nas urnas o destino dos políticos incompetentes”, pregou o diário norte-americano.

A defesa de eleições antecipadas, porém, não é majoritária na mídia internacional, ao contrário da grande mídia brasileira, que defende o impeachment. Jornais como The New York Times e Le Monde são abertamente contra o afastamento de Dilma.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]