Políticos próximos ao presidente interino da Câmara dos Deputados avaliam que Waldir Maranhão (PP) terá poucas chances de se manter no comando da Casa, mas antes de ser afastado pelos colegas o parlamentar maranhense estaria decidido a “desengavetar” o processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer.
Logo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), ter sido afastado do cargo e do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Maranhão assumiu o posto e prometeu ao deputado Silvio Costa (PTdoB) e a outros parlamentares dar continuidade ao processo contra Temer.
Em 5 de abril passado, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a Cunha que recebesse um pedido de impeachment de Temer e enviasse o caso para análise de uma comissão especial a ser formada na Casa.
A decisão de Mello atendeu ao pedido o advogado Mariel Márley Marra, de Minas Gerais, que acionou o STF para questionar decisão de Cunha que arquivou uma denúncia que ele apresentou contra Temer, em dezembro do ano passado.
Cunha classificou de “absurda” a decisão de Marco Aurélio Mello e “engavetou” o processo contra Temer.
A ação do advogado Marra pede o impeachment de Temer sob o argumento de que ele também editou decretos, em 2015, abrindo créditos suplementares incompatíveis com a meta de superávit primário e sem autorização do Congresso. Foi esse o principal motivo apontado por Eduardo Cunha, para aceitar pedido de impeachment contra Dilma.
Agora, no comando da Câmara e sem saber quanto tempo resistirá no cargo, Maranhão tem pressa para encaminhar o processo de Temer, segundo pessoas próximas do deputado.
Uma das estratégias do vice interino seria aproveitar o momento de mobilizações do “Fora Temer” e o grande apoio da população, segundo pesquisas, à realização de novas eleições presidenciais.
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