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Presente no segundo turno em São Paulo, maior cidade do país, e em Belém, o PSOL foi apontado por muitos analistas como o novo líder do campo da esquerda no Brasil. Até o ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, cogitado para a disputa presidencial em 2022, se arriscou a fazer um prognóstico: “Os candidatos apoiados pela Presidência fracassaram e o PSOL tornou-se o partido de esquerda mais relevante”, tuitou Moro.
Apesar da expectativa em São Paulo, vitrine política do país, e em Belém, onde Guilherme Boulos e Edmilson Rodrigues, respectivamente, têm chances de chegar ao poder, os números das eleições de domingo (15) mostram que o PSOL está fora do grupo dos 20 partidos com maior número de prefeitos eleitos.
Com cerca de 95% dos votos apurados nacionalmente, o PSOL havia conquistado apenas cinco prefeituras. Esse dado, em um país com mais de 5.500 municípios, revela que até agora o partido está longe de assumir a liderança do campo de esquerda.
Esse cenário poderá mudar após o segundo turno, desde que o PSOL vença em São Paulo e em Belém. Assim mesmo, o caminho para assumir a liderança no campo da esquerda seria longo.
A chegada do PSOL ao segundo turno em uma das cidades mais importantes do país não é inédita. Em 2016, o partido decidiu a disputa no Rio de Janeiro, segundo colégio eleitoral mais importante, com Marcelo Freixo. Perdeu para Marcelo Crivella, então PRB, e agora em 2020 ficou apagado.
O PT, mesmo com a perda de mais de 60 prefeituras em relação às eleições de 2016, ainda aparece em 11° lugar no ranking de prefeituras conquistadas. Com cerca de 95% dos votos apurados, candidatos petistas já haviam conquistado 189 cidades.
O PT é o partido que disputará maior número de prefeituras no segundo turno: 15 dos 57 municípios com mais de 200 mil eleitores que não tiveram decisão no primeiro turno.
Mas o partido do campo da esquerda com maior número de cidades conquistadas até agora não é o PT e sim o PDT, que tem o presidenciável Ciro Gomes em suas fileiras. O PDT é o sétimo partido com mais prefeitos eleitos no primeiro turno, com um total de 307 prefeituras conquistadas (95% dos votos apurados em todo o país). E ainda vai disputar mais 4 prefeituras no segundo turno – duas delas capitais, Fortaleza e Aracaju.
Avanço do DEM, PSD e PP
Fora do campo da esquerda, vale observar o avanço do DEM, PSD e PP – os dos dois últimos são integrantes do chamado ‘centrão’. Esses são os três partidos que mais cresceram em número de prefeituras conquistadas, com destaque para o DEM, que levou Salvador, Curitiba e Florianópolis e ainda liderou a disputa no Rio de Janeiro.
As maiores quedas ficaram com MDB, PSDB e PT. Os tucanos sofreram uma redução de mais de 300 prefeituras, apesar de ainda terem chance em São Paulo, maior reduto do partido. O MDB continua como o partido com maior número de municípios, mas vem perdendo prefeituras a cada eleição. Em 2008 o partido governava 1.201 cidades. A partir de 2021 esse número não chegará a 800.
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