Na rua: em Londrina, o povão participa da eleição. Para o bem e para o mal.
“A Justiça tarda, mas não falha.” Esse ditado, muito popular no Brasil, nem sempre se justifica. A população de Londrina sabe melhor do que ninguém o que pode acarretar uma decisão judicial tardia.
Há praticamente consenso de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria ter julgado o pedido de impugnação da candidatura do ex-prefeito Antonio Belinati (PP) antes da votação do segundo turno. Não o fez e a situação ficou muito ruim.
Belinati foi eleito com mais de 50% dos votos válidos. Nada prova que as eleições não foram limpas. A votação correu dentro das regras do jogo.
Agora, ao cassar o registro da candidatura do ex-prefeito, cria-se uma sensação de que querem derrotar o “vitorioso” no “tapetão”.
A decisão atrasada do TSE recebeu críticas de todos os agrupamentos políticos. O candidato derrotado, Luiz Carlos Hauly (PSDB), reclamou do fato de a Justiça Eleitoral ter se manifestado só depois de o segundo turno ter sido realizado.
Qualquer que seja a solução dada nos próximos dias, o trauma na cidade permanecerá. Os londrinenses já estavam divididos. Depois do julgamento do TSE, a divisão tornou-se mais grave.
Simpatizantes de Hauly comemoram a decisão do TSE.
Resta saber qual será a nova decisão. Muitas são as hipóteses para o desfecho: 1) Belinati ganha no STF e assume em janeiro; 2) Belinati perde no STF e novas eleições são convocadas; 3) Belinati perde no STF e a Justiça Eleitoral dá posse a Hauly.
Qualquer dos arranjos enfrentará problemas. A Justiça Eleitoral poderia ter evitado essa confusão.