Em todos os momentos da história, a violência foi retratada pela arte. Na literatura, da tragédia grega e Shakespeare até escritores contemporâneos, como o brasileiro Rubem Fonseca, ganhador do Prêmio Camões, os horrores do ser humano são matéria prima para a criação. A violência também serve de enredo para o cinema e a televisão. Mas nos dias atuais, a barbárie social supera a ficção.
São garotos de classe média ou ricos, educados nas “melhores” escolas, que massacram seus colegas nas salas de aula, como ocorreu recentemente nos Estados Unidos e, agora, na Finlândia. São garotos pobres, de favela, que roubam carro e arrastam crianças pelas ruas, como ocorreu no Rio de Janeiro. São casos inexplicáveis, como o da menina britânica Madeleine, que desapareceu do quarto em que estava com seus irmãos em um hotel de luxo no litoral sul de Portugal. São guerras desnecessárias que deixam milhares de mortos e levam milhões ao extremo sofrimento.
Onde vamos parar? Nos países pobres, os que se julgam analistas e sabedores de todas as verdades, afirmam que a miséria é principal causa da violência. Uma conclusão irrefutável, mas, e nos países ricos? Qual a origem de tanta violência de países como a Finlândia? Será que não passou da hora de repensarmos qual mundo queremos para nós e para as próximas gerações?