A mobilização pelas manifestações deste domingo tem lideranças (ou, pelo menos, tem pessoas e grupos que se apresentam como líderes). Nada mais importante do que saber um pouco sobre as organizações e pessoas que encabeçam (ou se julgam encabeçar) os protestos:
Intervencionistas Independentes
É um dos grupos mais radicais da organização dos protestos deste domingo. Seus integrantes defendem abertamente o golpe pelos militares e a volta da ditadura. Se autodefine como uma “união de brasileiros sem grupo, que querem a intervenção constitucional, para uma faxina indispensável nos de$governante$ que a$$altam o Brasil!!!”.
Revoltados On Line
Alguns dos principais slogans desse grupo são “Lula na cadeia”, “Fora Dilma” e “Fora PT”. Muitos veículos de comunicação questionam os negócios do líder do movimento, Marcello Reis, que tem o nome completo Marcelo Cristiano Reis.
Os “Revoltados” provocam críticas de veículos de mídia simpáticos aos outros movimentos e também contrários aos protestos. A revista Veja, em reportagem de 11 de março deste ano, diz que Reis “causa certa repulsa” aos outros grupos.
O jornal online Diário do Centro do Mundo (DCM) afirma que, depois de se dar mal em vários negócios, “hoje Marcello vende camisetas temáticas (o kit impedimento custa 175 reais)”. Entre os negócios os quais atuou estariam ofertas de precatórios federais, créditos de ICMS e vendas de apartamentos no exterior.
Vem pra Rua
Grupo criado em 2013 diz que seu intuito é “informar o que de errado vem acontecendo em nosso País e incentivar as pessoas a se manifestarem”. Para isso, pede dinheiro. “Colabore financeiramente para manutenção do vemprarua.org, as doações serão revertidas para manutenção, Desenvolvimento de um Novo Portal e Aplicativo”, apela na intenet ao apresentar como opção para doações o PagSeguro, doações via Boleto Bancário, Cartões de Crédito e Débito.
Movimento Brasil Livre
De todos os grupos, o MBL é o mais “badalado” na web. Tem como principal bandeira o impeachment da presidente Dilma Roussef (PT). Seus líderes também são os mais “virulentos” nas redes sociais.
O mais enigmático deles é um jovem (?) de 31 anos. Se apresenta como Renan Haas, mas seu verdadeiro nome é muito questionado. Um perfil atribuído a ele no Facebook deixa dúvidas sobre sua própria identidade. “Eu sou eu?”, pergunta.
O nome completo dele é Renan Antônio Ferreira dos Santos. No entanto, assinou como Renan Henrique Ferreira dos Santos um artigo na Folha de S. Paulo.
Outro líder é Kim Kataguiri, que abandonou o curso de Economia na Universidade Federal do ABC. Kim se define como liberal, mas em entrevista à IstoÉ demonstrou desconhecimento.
Pergunta da revista: “O que você leu da obra de Milton Friedman?”
Resposta de Kim: “Agora você me pegou”.
O jovem, de apenas 19 anos, defende o fim do salário mínimo como uma das medidas para resolver o problema do país
Por fim, o MBL tem nas suas fileiras de lideranças Fernando Holiday, considerado por críticos como “um fantoche nas mãos do movimento”. Afrodescendente, Fernando Holiday se diz contra o “Dia da Consciência Negra”, as cotas para negros nas universidades e outras políticas a favor dos negros. Em seus discursos na web, pronuncia uma série de palavrões.
Políticos
Há ainda um grande número de políticos que lideram as manifestações, mas a maioria evita se identificar como “cabeça” do movimento. Um dos líderes é Jair Bolsonaro (PP), militar da reserva com posições radicais e homofóbicas. O presidente do PSDB, Aécio Neves, também atua na mobilização dos protestos, mas de forma contida e não se apresenta como líder. Há integrantes de vários partidos, como o DEM, e artistas, como o cantor Lobão e o guitarrista Roger, fundador da banda Ultraje a Rigor, articulistas, colunistas e blogueiros de veículos de comunicação.
***Muitas pessoas refutam esses movimentos, líderes e políticos como representantes das manifestações deste domingo. Apesar de não representarem todos os que irão às ruas, são eles (os grupos citados acima) que se apresentam como líderes e porta-voz dos protestos.
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