A base de apoio do presidente Michel Temer “treme”, segundo alguns aliados, só de pensar que o governo ensaia enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso antes do segundo turno das eleições municipais. Apoiadores do novo governo temem ainda o acúmulo de “projetos impopulares”, os quais incluem a reforma trabalhista.
Preocupado com o efeito das reformas nas manifestações de rua e o impacto nas urnas nos dois turnos das eleições, a base de apoio de Temer no Congresso trabalha para adiar a apresentação das propostas.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aconselhou o governo a não mandar para o Congresso a proposta de reforma da Previdência antes do segundo turno das eleições, em 30 de outubro.
No Senado, Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos líderes do impeachment e aliado do governo Temer, também defende que tudo fique para depois das eleições. “Corremos o risco de que a versão (do governo) seja distorcida se o processo não for bem discutido. Isso pode levar a proliferação de fofocas e mentiras que podem derrotar muitos deputados federais nas campanhas municipais”, afirmou Caiado ao jornal O Estado de S. Paulo.
O temor dos aliados é que, por se tratar de propostas que têm a rejeição da maioria da população, candidatos a prefeito e vereador identificados com o governo poderão ser derrotados nas urnas.
O impasse é que o governo Temer quer dar ao mercado um sinal de compromisso com o arrocho nas contas, o que inclui as reformas da Previdência e Trabalhista.
Do lado da oposição, a avaliação é que – diante da tensão política do país – uma eventual apresentação de propostas das reformas da Previdência e Trabalhista neste momento pode ser o “estopim” para a derrubada do governo Temer.
A previsão de oposicionistas, sindicalistas e movimentos sociais, é que as ruas vão ser “incendiadas” caso o governo proponha retirada de direitos e mais sacrifícios aos trabalhadores.
A CUT, principal central sindical envolvida nos protestos contra Temer, prevê que a reforma da Previdência é o ingrediente que falta para conseguir a adesão de todas as outras centrais sindicais às manifestações. Nesse cenário, haveria uma aglutinação de forças (defensores de novas eleições, movimentos contra as reformas, integrantes do ‘Fora Temer’, candidatos da oposição nas eleições municipais) e o país voltaria a ter protestos com milhões de pessoas nas ruas.
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