Em Israel, as pessoas que têm o chamado “passaporte verde” – documento comprobatório de que tomou duas doses da vacina contra Cocid-19 – já podem sentir a liberdade de volta, mesmo que com algumas restrições. Elas estão autorizadas a frequentar ambientes fechados de bares e restaurantes, jogos, shows e muito mais. Com máscara, é claro. No Reino Unido, o governo anunciou um plano de "desconfinamento progressivo", que começará na próxima quinta-feira (8), com a reabertura das escolas, lojas e academias. Prédios públicos não essenciais abrem as portas no dia 12 de abril e restaurantes, bares, cinemas e teatros, em 17 de maio.
Nesses dois países, mesmo que a volta à normalidade ainda não esteja totalmente garantida, as pessoas estão comemorando uma conquista que só foi possível com responsabilidade. Reino Unido e Israel precisaram passar por restrições rigorosas de distanciamento social, fortes campanhas preventivas e aceleração da vacinação em massa.
As autoridades israelenses e britânicas são praticamente unânimes em afirmar que, sem uma das medidas, a reabertura não seria possível agora. Em Israel, enquanto a vacinação não avançava, o governo de direita do premiê Benjamin Netanyahu precisou decretar um terceiro lockdown, no final de dezembro.
No Reino Unido não foi diferente: diante da escalada de contágios e do aumento de número de mortes, de forma assustadora, o governo do conservador Boris Johnson decretou lockdown nacional em 14 de janeiro.
Com a queda na circulação das pessoas, vacinação em massa – Israel já vacinou mais da metade da população com as duas doses (cerca de 5 milhões de pessoas) e, no Reino Unido, cerca de 50% já receberam pelo menos uma dose (32 milhões de pessoas) – além de fortes campanhas para convencer a população a tomar medidas preventivas, os números de novos infectados e de mortes por Covid-19 caíram consideravelmente.
Israel chegou a registrar 101 mortes em um único dia, 20 de janeiro, segundo os números do painel Our World in Data, com dados da Universidade Johns Hopkins. Agora, no começo de abril, caiu para menos de 10 mortes diárias, na média. Os novos casos, que atingiram quase 12 mil somente em 27 de janeiro, agora estão abaixo de 300 por dia.
No Reino Unido a redução também é expressiva. Em 20 de janeiro passado foram 1.826 mortes nas 24 horas. No último sábado (3), o país registrou 10 mortos por Covid-19, uma redução de 95%.
A estratégia de retirada das medidas restritivas em Israel tem dado certo. A abertura do comércio foi aos poucos, controlada. No auge da vacinação, o país estava quase todo fechado. O relaxamento só veio quando cerca de 4 milhões de pessoas já estavam imunizadas, o que representa mais de 40% da população.
Mas quem tem o “passaporte verde” ainda não pode abandonar os cuidados preventivos. O uso de máscaras continua obrigatório em espaços públicos, considerando que em Israel as crianças e adolescentes não podem ser vacinadas e as autoridades temem contágio de menores de 18 anos.
O Reino Unido segue a mesma linha. Apesar da previsão do fim de todas as restrições internas em 21 de junho, o governo mantém medidas de cuidados preventivos e tem ampliado as barreiras para a entrada de estrangeiros ao país.
Enquanto junho não chega, o governo de Boris Johnson publicou uma ampla lista intitulada “Restrições do coronavírus: o que você pode e não pode fazer”, com orientações detalhadas.
Desde 29 de março, os britânicos podem se reunir ao ar livre em grupos de, no máximo, 6 pessoas, ou em um grupo de qualquer tamanho de até 2 famílias. As pessoas podem participar de esportes ao ar livre formalmente organizados com qualquer número de pessoas e as instalações para práticas esportivas e de lazer ao ar livre foram reabertas.
As pessoas são obrigadas a usar máscaras em ambientes internos, como lojas e locais de culto e nos transportes públicos.
A orientação diz que “os empregadores e funcionários devem discutir seus planos de trabalho, e os empregadores devem tomar todas as medidas possíveis para facilitar que seus funcionários trabalhem em casa, incluindo o fornecimento de TI e equipamentos adequados para permitir o trabalho remoto”.
Nos casos em que as pessoas não podem trabalhar em casa, a norma diz que “os empregadores devem tomar medidas para tornar seus locais de trabalho seguros e ajudar os funcionários a evitar horários e trajetos de transporte público congestionados”.
As medidas atingem praticamente todas as áreas, como o transporte público e funcionamento do comércio.
Com cautela, prevenção e vacina, os britânicos já sonham com um verão como era antes da pandemia.
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