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Foto: Divulgação/Cancer Research UK
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A multinacional americana da área de saúde e beleza Johnson & Johnson foi condenada pela justiça a pagar uma indenização de US$ 72 milhões (cerca de R$ 287 milhões) à família da norte-americana Jacqueline Fox, que morreu em 2015, aos 62 anos, devido a um câncer no ovário.

No processo, a família da americana alegou que o câncer teria surgido com o uso contínuo do talco para bebê Baby Powder da Johnson & Johnson.

Na decisão, o tribunal de St. Louis, nos Estados Unidos, legitimou a argumentação de que a empresa sabe dos riscos do produto e não avisa os consumidores.

A Johnson & Johnson nega a acusação e informou que vai recorrer da decisão judicial. A porta-voz da empresa, Carol Goodrich, afirmou a jornalistas da Bloomberg que a Johnson & Johnson  tem uma grande responsabilidade com a saúde e segurança dos consumidores e que está desapontada com o resultado do julgamento. “Nós somos solidários com a família da mulher, mas acreditamos fortemente na segurança de nossos produtos de talcos que estão apoiados em décadas de evidências científicas”, disse a porta-voz Carol Goodrich.

A linha Baby Powder, objeto de ações contra a multinacional,  está no mercado há décadas. Mas, nos últimos anos, alguns cientistas sugeriram a possibilidade de existir uma ligação entre o talco e o câncer de ovário, segundo a agência Reuters. Eles sugeriram que o pó poderia ser cancerígeno à medida que algumas de suas partículas chegassem ao ovário. As pesquisas ainda não são totalmente conclusivas.

De acordo com o jornal inglês The Guardian, a empresa sediada em Nova Jersey tem sido alvo de grupos de saúde e dos consumidores sobre ingredientes potencialmente prejudiciais em alguns de seus produtos. Ainda segundo o jornal, em 2009, grupos ligados à Campanha para Cosméticos Seguros começou a pressionar a Johnson & Johnson a eliminar ingredientes duvidosos de seus produtos para bebês e adultos. Em 2012 a empresa concordou em eliminar os ingredientes 1,4-dioxano e formaldeído, ambos considerados prováveis ​​carcinogênicos para humanos, de todos os seus produtos até 2015.

Mais de mil casos semelhantes ao de  Jacqueline Fox estão pendentes nos EUA, segundo advogados.

Cresce a preocupação de que o uso de talco sobre os órgãos genitais pode aumentar o risco de câncer de ovário. Mas a evidência não é conclusiva. A Agência Internacional de Investigação de Câncer classifica talco utilizado nos genitais como “possivelmente cancerígeno”.

O talco mineral em sua forma natural contém amianto e pode causar câncer, no entanto, talco sem amianto tem sido usado em pó para bebês e outros cosméticos desde os anos 1970.

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