Israel lidera a vacinação contra Covid-19 no mundo. Até esta segunda-feira (08) o país, que tem uma população de pouco mais de 9 milhões de habitantes, já havia aplicado mais de 5,2 milhões de doses da vacina Pfizer/BionTech. Os primeiros resultados da vacinação em massa são encorajadores, com queda significativa de infecções entre os vacinados.
Quase 90% dos idosos com 60 anos ou mais de Israel já receberam pelo menos uma dose da vacina. Dados coletados pelo Ministério da Saúde mostram que houve queda de 41% nas infecções confirmadas por Covid-19 nessa faixa etária e redução de 31% nas hospitalizações de meados de janeiro ao início de fevereiro. Para efeito de comparação, entre as pessoas com 59 anos ou menos – das quais pouco mais de 30% foram vacinadas – os casos diminuíram apenas 12% e as hospitalizações, 5%, no mesmo período.
O plano de saúde Maccabi, o segundo maior do país, acompanhou os primeiros 430 mil israelenses de mais de 60 anos que receberam a vacina. O estudo, divulgado no dia 22 de janeiro, mostra que houve 60% menos infectados nesse grupo, em comparação com um grupo de não vacinados. Os que se infectaram, mesmo vacinados, apresentaram apenas sintomas leves.
Três dias depois, no dia 25 de janeiro, o Maccabi divulgou novo relatório com análise de 428 mil pessoas que já tinham tomado a segunda dose da vacina. Dessas, apenas 63 (0,014%) foram contaminadas, e nenhum apresentou sintomas. Os dados mostram que, após a segunda dose, a imunização atingiu a quase totalidade das pessoas.
Os dados ainda são preliminares. Apesar do otimismo, muitos pesquisadores observam que é preciso que mais pessoas recebam a vacina e novas pesquisas sejam realizadas para avaliar com segurança os resultados da vacinação.
Em janeiro, o governo israelense impôs um novo bloqueio nacional em resposta à epidemia violenta do país, o que pode ter impactado no número de infecções. Mas o cientista da computação do Instituto Weizmann de Ciência Eran Segal e outros pesquisadores que analisaram os dados do governo dizem que as vacinas contribuíram para o declínio nos casos e hospitalizações de idosos, considerando que as quedas foram maiores na faixa etária acima dos 60 anos do que em pessoas mais jovens. Além disso, os cientistas não observaram essas tendências durante o bloqueio nacional em setembro, antes do lançamento das vacinas, o que evidencia o impacto da vacinação.
Outra pesquisa, divulgada nesta segunda-feira (08) pelo MyHeritage, maior laboratório de testes e Covid-19 de Israel, afirma ter encontrado evidências indicando que a vacina Pfizer-BioNTech reduz significativamente a transmissibilidade do coronavírus. Em artigo publicado online, o laboratório afirma que os resultados de testes positivos de pacientes com 60 anos ou mais tinham cargas virais até 60% menores do que o grupo de 40-59 anos. O estudo começou em meados de janeiro, quando a maior parte da população de Israel com 60 anos ou mais já havia recebido pelo menos uma dose da vacina.
Os resultados vêm sendo comemorados, mas especialistas e autoridades de saúde de Israel alertam que a vacinação não será capaz de interromper o vírus imediatamente. Um dos principais motivos é que menores de 16 anos, que representam mais de 20% da população do país, não podem ser vacinados. Outro problema é que muitas pessoas recusam a injeção, ficando mais expostas à infecção.
Primeiros resultados da vacinação no Reino Unido
Os profissionais de saúde vacinados no Reino Unido tiveram 53% menos probabilidade de testar positivo para Sars-CoV-2 em um período de 12 dias após a primeira dose do que os não vacinados. A conclusão é de um estudo apresentado por Tim Spector, epidemiologista genético do King's College London, em 3 de fevereiro.
A análise foi baseada em cerca de 13 mil pessoas vacinadas e cerca de 33 mil pessoas não vacinadas que relataram seus resultados usando um aplicativo para celular. “Este é o primeiro sinal na vida real, fora dos testes, de qual é o efeito de uma única dose”, disse ele ao afirmar que as vacinas contribuíram para uma queda no número de profissionais de saúde com testes positivos para o vírus.
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