
O vice-presidente Michel Temer está no governo de Dilma Rousseff desde o primeiro dia, há quase cinco anos. O partido do vice, o PMDB, comanda a Câmara e o Senado não é de hoje. Grande parte dos ministérios e muitos cargos de direção em estatais e outros órgãos do Executivo estão nas mãos de peemedebistas.
Essa constatação realista seria suficiente para concluir que tudo que acontece com o governo é de responsabilidade, também, do PMDB.
Vários peemedebistas estão envolvidos nos escândalos de corrupção nas obras da Petrobras.
Um dos principais investigados é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Parte do PMDB engrossa o grupo no Congresso que tem boicotado as medidas de ajuste da Economia.
Tudo o que é atribuído a Dilma, como as pedaladas fiscais, pode ser atribuído ao PMDB e ao vice-presidente, que já foi até articulador político do governo.
Dar a Presidência para Temer seria premiar um partido e políticos que fazem parte do governo e são “culpados diretamente” pela crise.
O PMDB sempre foi governo e comandou o país algumas vezes. No pior desastre do Brasil depois da ditadura militar, o presidente era um peemedebista. José Sarney, mesmo tendo todo o Congresso na mão, não conseguiu êxito. Não seria agora, com um Congresso dividido, com as forças políticas na sociedade totalmente divididas, que o PMDB triunfaria.
Se houvesse um plebiscito em que a população pudesse votar pela troca de Dilma por Temer, dificilmente a mudança seria aprovada.
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