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A Argentina e o México têm as duas melhores universidades da América Latina, segundo o QS World University Ranking 2021 divulgado nesta semana. A primeira colocada latino-americana é a Universidade de Buenos Aires (UBA) e a segunda, a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). A Universidade de São Paulo (USP) ficou em terceiro lugar.
Fundada em 1821, a Universidade de Buenos Aires é classificada como a mais importante da América Latina e aparece entre as 100 melhores do mundo, em 66º lugar. A UBA tem cerca de 122 mil estudantes de graduação e pós-graduação e mais de 16 mil professores, segundo o QS World University Ranking. Cinco vencedores do Prêmio Nobel passaram por suas salas de aula – César Milstein (Medicina, 1984), Luis Federico Leloir (Química, 1970), Bernardo Houssay (Medicina, 1947), Carlos Saavedra Lamas (Paz, 1936) e Adolfo Pérez Esquivel (Paz, 1980).
A Universidade Nacional do México (Unam), apesar de ter mais estudantes que a UBA – cerca 143 mil estudantes – tem número de professores praticamente igual. Fundada em 1551, é a mais antiga da América do Norte e a maior universidade da América Latina. Além dos cursos de graduação e pós-graduação, a Unam também é responsável pela Escola Nacional Preparatória (ENP) e pelo Colégio de Ciências e Humanidades (CCH), que consiste em várias escolas secundárias. Contando com ENP, CCH, estudantes de graduação e pós-graduação, a universidade tem em suas fileiras mais de 269 mil estudantes.
A USP, melhor classificada brasileira, vem subindo de posições no ranking global, mas perdendo postos na comparação com as latino-americanas. Em 2018, o QS classificou a instituição brasileira como a segunda melhor da América Latina, à frente da Unam. Depois disso caiu para o terceiro lugar e não recuperou mais. No ranking mundial, em 2018 a USP estava na 121ª posição e agora aparece em 115º. No ano anterior estava em 116º lugar.
A melhora da USP no cenário global, segundo os organizadores do estudo, é resultado de melhor desempenho em pesquisas. Restrita regionalmente a São Paulo, a instituição é uma gigante no Brasil, com mais de 66 mil estudantes e 5 mil professores.
A USP ganhou 38 posições no indicador de Citações por Faculdade, que serve para mensurar o impacto dos trabalhos acadêmicos produzidos por professores de uma universidade. Os organizadores ressaltam, no entanto, que o ensino universitário no Brasil está menos atraente para professores e estudantes internacionais.
As 10 melhores universidades da América Latina
- 1 – Universidade de Buenos Aires – Argentina
- 2 – Universidade Nacional Autônoma do México – México
- 3 – Universidade de São Paulo (USP) – Brasil
- 4 – Pontificia Universidade Católica – Chile
- 5 – Tecnológico de Monterrey – México
- 6 – Universidade do Chile – Chile
- 7 – Universidade de Los Andes – Colômbia
- 8 – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Brasil
- 9 – Universidade Nacional da Colômbia – Colômbia
- 10 – Pontifícia Universidade Católica – Argentina
A segunda universidade brasileira no ranking mundial também é estadual, a Universidade de Campinas (Unicamp). A instituição do interior paulista é a 8ª da América Latina, atrás de universidades da Argentina, México, Chile e Colômbia.
Na 233ª posição global, a Unicamp também vem perdendo posto na América Latina – foi a 6ª colocada em 2018. A Unicamp tem cerca de 27 mil estudantes e 2 mil professores.
As 10 melhores do Brasil
- 1 Universidade de São Paulo (USP)
- 2 Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
- 3 Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- 4 Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
- 5 Universidade Estadual Paulista (Unesp)
- 6 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC - Rio
- 7 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
- 8 Universidade Federal do Rio Grande Do Sul (UFRS)
- 9 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
- 10 Universidade de Brasília (UnB)
Uma comparação dos dados levantados pelo QS World University Ranking permite verificar que, entre os países do bloco chamado BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, das dez melhores universidades, seis são da China. Brasil e Rússia tem apenas uma instituição cada no ‘top 10’, enquanto que a Índia tem duas.
As 10 melhores dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)
- 1 – Universidade Tsinghua – China
- 2 – Universidade de Pequim – China
- 3 – Universidade Fudan - China
- 4 – Universidade Shanghai Jiao Tong – China
- 5 – Universidade de Moscou (Lomonosov) – Rússia
- 6 – Universidade de Ciência e Tecnologia da China – China
- 7 – Universidade de São Paulo (USP) – Brasil
- 8 – Universidade de Nanquim – China
- 9 – Instituto de Tecnologia de Bombaim - Índia
- 10 – Instituto Indiano de Ciência – Índia
A líder global no ranking da QS pelo nono ano consecutivo é o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos. Em seguida vem a Universidade de Stanford (EUA), a Universidade de Harvard (EUA), o Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA) e a Universidade de Oxford (Reino Unido), respectivamente.
Apesar de cinco universidades dos Estados Unidos estarem entre as dez melhores do mundo, as instituições americanas vêm perdendo posições. Das 153 universidade americanas analisadas, 112 perderam posições e 34 tiveram melhora no desempenho.
As 10 melhores universidades do mundo
- 1 – Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – EUA
- 2 – Universidade de Stanford – EUA
- 3 – Universidade de Harvard – EUA
- 4 – Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) – EUA
- 5 – Universidade de Oxford – Reino Unido
- 6 – Escola Politécnica Federal de Zurich – Suíça
- 7 – Universidade de Cambridge – Reino Unido
- 8 – Imperial College London – Reino Unido
- 9 – Universidade de Chicago – EUA
- 10 – Universidade College London – Reino Unido
O estudo leva em consideração quatro componentes para montar os ranking: entrevistas com acadêmicos e empregadores em todo o mundo, o impacto de pesquisas desenvolvidas pelas universidades com base em citações em publicações acadêmicas e o índice H, que mede o número de estudantes e professores internacionais na instituição e o número de citações vinculadas a um pesquisador, além de outros fatores.