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Um levantamento diário feito pelo site Our World in Data (“Nosso Mundo em Dados”) revela o desafio que os países terão pela frente nos próximos meses para garantir a imunização de suas populações contra a Covid-19. Em pouco mais de um mês desde o início da vacinação, apenas 60 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose. Isso representa 0,8% da população mundial.
Os dados são compilados por pesquisadores da Universidade de Oxford, que criaram o site em parceria com a organização sem fins lucrativos Global Change Data Lab.
Apenas três países – Israel, Emirados Árabes e Seychelles – superaram a marca dos 10% de vacinados. Somente 53 países iniciaram a aplicação de vacina contra Covid-19, isto é, cerca de 25% do total de países. Dos que já começaram, grande parte não chega a 1%.
Israel é o líder até agora na corrida para livrar sua população da ‘praga’ do coronavírus. O país do Oriente Médio vacinou até este sábado (23) cerca de 40% dos habitantes. Praticamente todos os profissionais de saúde e idosos do país já receberam pelo menos uma dose. Mas o desafio ainda é grande, considerando a necessidade de aplicar duas doses em toda a população.
Israel trabalha com duas vacinas, Pfizer e Moderna. A população do país é de pouco mais de 9 milhões de pessoas. A meta é vacinar todos, com duas doses, nos próximos quatro meses.
Os Emirados Árabes Unidos são o segundo colocado no ranking de vacinação. Até este sábado (23), o país já havia imunizado mais de 23% da população. Isso significa que de cada quatro emiradenses, um já recebeu pelo menos uma dose da vacina.
Os Emirados Árabes começaram a vacinação com o imunizante da chinesa Sinopharm. A vacina está amplamente disponível em Abu Dhabi e em algumas clínicas de Dubai e demais emirados. Clínicas administradas pela operadora pública local de saúde, a Abu Dhabi Health Services (Seha), e hospitais administrados pela empresa privada VPS Healthcare têm a vacina. O país árabe também fechou contrato para compra da vacina russa Sputnik V, que apresentou eficácia de 91,4%.
Além de Israel e Emirados Árabes, as Ilhas Seicheles também superaram a marca de 10% de vacinados. O pequeno país insular localizado no Oceano Índico ocidental, constituído por 115 ilhas e uma minúscula população, de cerca de 100 mil habitantes, vacinou até agora 13,4% de seus moradores.
O Reino Unido vem em quarto lugar no ranking, com pouco mais de 8% da população vacinada. Uma pequena parte já recebeu a segunda dose. Os britânicos estão recebendo as vacinas da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca.
Os Estados Unidos, que estão aplicando vacinas da Pfizer e da Moderna, é o país que, em números absolutos, vacinou o maior de número de pessoas. Até agora são cerca de 20 milhões de vacinados, mas isso representa pouco menos de 6% da sua população, o que coloca os EUA em sexto lugar no ranking quando a comparação é proporcional aos habitantes.
A China vem em segundo lugar em números absolutos, com cerca de 15 milhões de pessoas vacinadas, mas em termos percentuais, chega a apenas 1%.
A Rússia, apesar de ter sido uma das primeiras a iniciar a vacinação e ser a criadora da Sputinik V, vacinou apenas 0,7% da população. O país tem fornecido parte de sua produção de vacinas a outros países.
O Brasil começou a imunização bem depois dos países que lideram a corrida. Com cerca de 400 mil vacinados com a primeira dose, em torno de 0,2% dos brasileiros receberam a chinesa Coronavac, índice abaixo da média mundial, de 0,8%. O país começou neste sábado a aplicar também a vacina Oxford/AstraZeneca. Nenhum brasileiro residente no país fora do grupo que participou dos testes clínicos recebeu a segunda dose. O país está em 48º lugar no ranking entre os 53 países que já iniciaram a vacinação. A Argentina é a melhor colocada na região, com 0,6% de vacinados com pelo menos uma dose até este sábado.
Para acompanhar os números da vacinação, o Our World in Data se baseia nas informações divulgadas por governos e órgãos de saúde de cada país. Em sua apresentação, o site observa que, para acabar com a pandemia, a maneira mais segura é com uma vacina.