A aprovação para uso emergencial de um grupo de vacinas contra Covid-19 trouxe alívio ao mundo no enfrentamento do novo coronavírus. Hoje, mais de 100 milhões de pessoas já receberam pelo menos uma dose e o número de países que iniciaram a imunização passa de 60, segundo dados coletados pela Universidade de Oxford. Mas há escassez do produto e o percentual de pessoas vacinadas – apenas 1,3% – mostra que é preciso mais oferta. A notícia animadora é que, em pouco tempo, o número de vacinas disponíveis deverá dobrar, considerando os estudos que se encontram na fase 3 e que em breve serão concluídos.
Das 63 vacinas em estudo clínico, 16 já passaram da fase 2, segundo o acompanhamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Destas, oito já estão sendo aplicadas emergencialmente, como é o caso dos imunizantes da Pfizer/BionTech, AstraZeneca/Oxford, CanSino, Gamaleya (Sputinik V), Sinopharm e Sinovac (Coronavac). Outras oito estão em fase adiantada, sendo que algumas já divulgaram resultados dos estudos da fase 3 e poderão ter autorização para uso emergencial a qualquer momento.
A Novavax, por exemplo, com sede em Maryland, EUA, anunciou no último dia 28 de janeiro que os resultados de seus testes clínicos de fase 3 indicaram que a vacina desenvolvida pela empresa tem eficácia de 89,3% contra a Covid-19. Os testes foram realizados no Reino Unido e na África do Sul.
Um dia depois da Novavax, a Johnson & Johnson anunciou que seu imunizante contra Covid-19 apresentou eficácia de 66% na prevenção de doenças moderadas e graves, em um ensaio global de Fase 3 e mais de 85% de eficácia contra doenças graves. Os estudos são desenvolvidos pela Janssen, o braço de vacinas da Johnson & Johnson.
A alemã CureVac também está com seus estudos da fase 3 adiantados. No dia 7 de janeiro, a gigante do setor farmacêutico Bayer anunciou que trabalhará em conjunto com a CureVac para que a vacina chegue o mais rápido às pessoas. O acordo de colaboração e serviços entre as duas empresas envolve várias áreas, incluindo produção, comercialização e distribuição da vacina de RNA mensageiro.
A Índia aprovou em janeiro o uso emergencial da Covaxin, desenvolvida pela empresa indiana Bharat Biotech, que se comprometeu em fornecer 100 milhões de doses para o governo indiano, das 300 milhões que possui de capacidade produtiva. O restante será exportado.
No Cazaquistão, a vacina QazCovid-In recebeu registro temporário por nove meses, segundo informou o Comitê de Controle Médico e Farmacêutico do Ministério da Saúde, Nurlybek Assylbekov. De acordo com os resultados preliminares apresentados pelo Instituto de Pesquisa para Problemas de Segurança Biológica, a vacina demonstrou eficácia de 96%. O Cazaquistão já fabrica a vacina russa Sputinik V em seu território.
O Japão, que possui alta tecnologia, é outro país com estudos adiantados da fase 3 para desenvolver uma vacina própria. A China, com quatro vacinas já em uso emergencial, está concluindo os estudos de um quinto imunizante, desenvolvido pela China Anhui Zhifei Longcom Biopharmaceutical.
Com o aumento da oferta de vacinas nos próximos meses, o Brasil poderá atender a sua demanda para imunizar a maioria da população. Mas é preciso habilidade diante das dificuldades de aquisição e de logística. No último dia 30, a farmacêutica Janssen, parte do grupo Johnson & Johnson, afirmou que venderá seu imunizante para o Brasil caso as negociações com o Ministério da Saúde sejam bem-sucedidas. A quantidade e as condições da venda não foram informadas pelo governo. Também não há informações de quantas doses serão destinadas ao Brasil ou data certa para o envio.
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