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Covid-19

Atrasos e restrições de vacinas mostram que Brasil precisa ampliar fornecedores

Vacina
A vacina do laboratório Moderna, dos EUA, é um dos imunizantes usados em vários países que ainda não chegaram ao Brasil. (Foto: Divulgação/Moderna )

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Após recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde decidiu, na terça-feira (11), suspender a aplicação da vacina Oxford/AstraZeneca em mulheres grávidas. Na terça (12), o Tribunal de Contas da União (TCU) pediu informações à Fiocruz sobre atraso no envio de IFA, ingrediente farmacêutico ativo usado na produção de vacinas. Também na terça, o Instituto Butantan admitiu que pode rever a previsão de totalizar 100 milhões de doses da Coronavac, devido ao atraso na chegada de IFA importado da China.

Vacinas - fornecedoresA vacina chinesa Sinopharm foi aprovada pela OMS e é uma das mais usadas no mundo, mas não tem previsão de início de aplicação no Brasil. (Foto: Divulgação/Sinopharm)

Atualmente, três vacinas estão sendo aplicadas no Brasil: Coronavac, Oxford/AstraZeneca e Pfizer – esta última com oferta de pouquíssimas doses. O aumento da produção pela Fiocruz trouxe esperança de que seria possível acelerar a vacinação, mas a suspensão do uso da AstraZeneca em mulheres grávidas e as dúvidas sobre a aplicação no público não idoso (vários países europeus não recomendam o imunizante para pessoas jovens) traz preocupação.

Uma das possibilidades aventadas para aumentar a oferta era a importação da vacina russa Sputnik V, já utilizada em vários países. Com a decisão da Anvisa de vetar a entrada do imunizante do país, por falta informações necessárias à avaliação, segundo alegou a agência brasileira, a possibilidade de termos a Sputinik V ficou mais distante, pelo menos a curto prazo.

Na segunda-feira (10/05), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu 48 horas para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) explicar o que falta “para uma análise definitiva” do pedido de uso emergencial da Sputinik.

No mesmo dia do prazo estabelecido por Lewandowski, a Anvisa respondeu que remeteu as informações ao STF e disponibilizou amplo acesso aos autos do processo administrativo que tramita na agência.

O imunizante russo Sputinik V não teve autorização da Anvisa, apesar estar sendo aplicado em vários países, como Argentina e México. (Foto: Divulgação/Sputinik V)

Em março, a Anvisa aprovou para uso emergencial da vacina da Janssen, braço da multinacional Johnson & Johnson. O governo federal adquiriu 38 milhões de doses do imunizante, que é aplicado em dose única, mas até o momento não chegou uma única dose no país. A primeira entrega está para julho, segundo o Ministério da Saúde.

Outra vacina já aprovada por vários órgãos reguladores internacionais e amplamente utilizada no mundo ocidental é do laboratório Moderna. Também em março, o Ministério da Saúde fechou acordo para compra de 13 milhões desse imunizante. As doses deverão ser entregues ainda em 2021, no entanto, o Brasil vai receber apenas 1 milhão de doses até o final de julho, conforme prevê o acordo.

A vacina da chinesa Sinopharm, já aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser usada no Brasil, considerando que uma resolução do Ministério da Saúde garante o uso de fórmulas nacionalmente, desde que aprovadas pelo consórcio internacional Covax Facility.

Desde de março o governo brasileiro vem fazendo gestão para comprar a vacina da Sinopharm, entretanto, até o momento não tem previsão de entrega de nenhum lote ao Brasil.

Em abril a China sinalizou que pode fornece 30 milhões de doses da Sinopharm ao Brasil. O atraso no acordo é atribuído ao relacionamento do ex-ministro de Relações Exteriores do Brasil Ernesto Araújo, que insistia em hostilizar a China.

Governadores e prefeitos de todas as regiões do país têm pressionado para que o país viabilize o mais rápido possível a entrada das vacinas Sputinik V e Sinopharm. Com isso, esperam poder recuperar o atraso na vacinação em massa.

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