Qual o valor do Barreado na China?

Muito provavelmente algumas centenas de renminbis. Mas posso te afirmar que para a família da paranaense Tatiane Magalhães @tati_magalhaesbr que reside em Shanghai o valor foi mensurado em colheres cheias de emoção. Um resgate de lembranças, de lindas e importantes memórias que não se resumiram ao preparo, ao servir de um prato, começou desde o momento que ela escolheu o Barreado como O PRATO principal para refeição em família.

Você sabe, sou entusiasta pela gastronomia e pelo poder que ela tem de transformar cada capítulo da vida em uma grande cerimônia, em uma experiência extraordinária. Pelo poder que ela tem em nos transporta para o endereço que fortalece e alegra o nosso coração. Foi assim que me senti nos bastidores desse preparo, nas cenas desses próximos capítulos.

Tatiane não escolheu um simples prato para o almoço, ela escolheu um prato à ser honrado! Um prato que celebraria sua história, o sabor da sua terra, adaptando os ingredientes e utensílios presentes na China sem comprometer a essência da receita. Receita que para alguns que estarão no entorno da mesa será a primeira degustação, a primeira viagem gastronômica que farão ao Paraná.

“Pensa no aroma que está pela cozinha, que está abraçando cada cômodo. É isso, é cheirinho de Morretes, perfume do Paraná aqui na China”. Quando você recebe uma mensagem assim não há como não suspirar, não há como não soltar antes mesmo das imagens aquele WOW. De salivar, mesmo que só por imaginar o que virá pela frente. E não para por aí. Tati, emociona com seus relatos no decorrer do preparo: “Fazer o meu primeiro Barreado na China está sendo uma grande viagem, uma alegria que não imaginava sentir entre panelas e uma receita, entre passado e presente. Estou voltando ao meu tempo de infância, sentindo minha alma entre família, estou trazendo Morreres, Antonina e um lindo álbum de lembranças pra nossa mesa, pra bem perto de nós, mesmo estando do outro lado do mundo. Está sendo acolhedor.”

Mas adaptações e surpresas também fazem parte da dinâmica em uma cozinha. Nesse caso com uma pitada de malemolência, inspiração e jogo de cintura brasileiro. Se no mundo é assim, porque aqui na China não seria? A magia do mudar sem alterar! Utilizar a panela chinesa no lugar da panela de barro se adaptou respeitosamente a receita. A banana esquecida em um primeiro momento foi comprada on-line por aplicativo nos 45 minutos do segundo tempo e antes mesmo do empratamento já estava fazendo parte da montagem da mesa. E quando se exala tanto amor em um preparo, é claro, tudo fica perfeito! Tudo fica ainda mais gostoso.

A assistente do lar chinesa e o marido italiano que não conheciam a receita se esbaldaram, repetiram, pediram bis! O filho que no passado tinha algumas ressalvas se somou ao time do quero mais. Na mesa um prato temperado de emoção. O protagonista gastronômico de um povo, de uma região à mesa rodeado de contos sobre viagens, sobre trilhas pelas montanhas, sobre descidas pela Estrada da Graciosa, sobre inesquecíveis finais de semana, sobre escolhas e amigos, sobre risadas fartas e muita conversa. Momentos deliciosamente bem vividos que agora em seu compartilhamento farão mais e mais pessoas relacionarem o Barreado a momentos incríveis, a lembranças felizes!

Gostoso demais né? Pratos, atitudes que nos inspiram a resgatar o livro de receitas das nossas mães, das nossas avós para independente do lugar do mundo que estejamos possamos nos presentear e presentear o nosso entorno com o melhor da vida, as melhores lembranças! Obrigada Tatiane! E que mais receitas possam nos fazer viajar pelo túnel do tempo e nos sentir tão bem.