Após vencer mais uma “eleição” completamente fraudada, Vladimir Putin lança uma bomba sobre a população LGBT. O ditador russo instituiu uma lei que equipara os movimentos de militância LGBT a grupos terroristas.
É uma medida inédita. Nem nos países mais fechados e desumanos, que criminalizam a homossexualidade, existe a equiparação a terrorismo. A escalada da ditadura russa contra o público LGBT persiste há anos. Putin faz declarações batendo uma vez no cravo e outra na ferradura. Há 11 anos, nas Olimpíadas de Sochi, veio a primeira medida de repercussão internacional. Era proibido fazer “propaganda” LGBT.
A lógica seria que os militantes LGBT brasileiros cobrassem da esquerda um posicionamento duro contra as medidas de Putin.
Na época, Putin dizia que era para não atingir as crianças e muita gente aceitou. Subestimaram as artimanhas de um ditador criado nas entranhas da KGB. A coisa só foi escalando.
Diversas medidas foram sendo tomadas até que, no final do ano passado, a Suprema Corte resolveu criminalizar o movimento LGBT. Putin fez uma declaração para o público internacional dizendo que era algo apenas na Rússia. Assegurou que sua ditadura não pretendia interferir com as políticas de outros países, que a Rússia conviveria bem com toda a população LGBT internacional. A notícia saiu em canais de esquerda brasileiros, empenhados em defender o lado russo na guerra contra a Ucrânia. Agora, Putin resolveu classificar esses movimentos, inclusive os internacionais, como terroristas. Isso tem consequências práticas severas.
Imagine que um humorista tivesse feito uma piada com os movimentos LGBT. O mundo viria abaixo.
O movimento LGBT ligado à esquerda brasileira é bastante vocal. Se uma pessoa troca um pronome, está liquidada. É cancelada e tratada como um bárbaro que pretende extinguir a população trans do planeta. Putin proibiu na Rússia todas as cirurgias de redesignação sexual. Os militantes de esquerda continuam calados e favoráveis à invasão da Ucrânia.
Pastores evangélicos que consideram a homossexualidade um pecado têm sido tratados como criminosos. Muitos deles, inclusive de igrejas pequenas, sofrem consequências judiciais e são alvos constantes de ataques da militância LGBT. Mas Putin, que classifica os movimentos LGBT como terrorismo, continua sendo defendido pela militância de esquerda.
A lógica seria que os militantes LGBT brasileiros cobrassem da esquerda um posicionamento duro contra as medidas de Putin. Afinal, eles cobram medidas duras até contra quem não quer falar “todEs”. Continuam calados.
A notícia da medida desumana e irracional de Putin está em toda a imprensa. Imagine que um humorista tivesse feito uma piada com os movimentos LGBT. O mundo viria abaixo. Um vídeo em rede social seria o suficiente para incendiar uma reação bastante vocal. Mas nada que Putin faz ganha a mesma dimensão.
Poderíamos desconfiar que ditadores amigos podem tudo e que as causas não importam, são apenas desculpas para cancelar desafetos. Provavelmente a militância negará isso. Deve ter ótimas desculpas para ficar imóvel diante de uma atrocidade.
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