O recente relatório da National Association of Scholars (NAS), intitulado "Shifting Sands IV: Zombie Psychology, Implicit Bias Theory, and the Implicit Association Test" (Areias movediças IV: psicologia zumbi, teoria do viés implícito e o teste de associação implícita), traz uma análise profunda sobre como a ideologia tem influenciado políticas públicas e pesquisas científicas. Baseando-se em uma série de estudos técnicos, a NAS revela que a teoria do viés implícito e seu instrumento central, o Implicit Association Test (IAT), carecem de base científica robusta e falham em apresentar correlações significativas com comportamentos no mundo real.
A análise crítica realizada no relatório aponta que a crescente influência da teoria do viés implícito nas políticas públicas tem sido impulsionada mais por motivações ideológicas e ativistas do que por evidências científicas sólidas. A teoria do viés implícito, que ganhou força principalmente nos anos 1990, sugere que os indivíduos possuem preconceitos inconscientes e ideologias e eles afetam suas ações de forma involuntária e indetectável. No entanto, o relatório da NAS argumenta que a ciência por trás dessa teoria não é confiável, devido à irreprodutibilidade dos estudos e à falta de correlação entre os resultados do IAT e o comportamento humano real.
Para proteger a integridade científica e a liberdade individual, os formuladores de políticas precisam utilizar métodos rigorosos de investigação e abandonar teorias baseadas em evidências científicas frágeis ou inexistentes
O IAT foi inicialmente apresentado como uma ferramenta capaz de medir preconceitos inconscientes e ideologias em áreas como raça e gênero. Contudo, de acordo com o relatório, há evidências consistentes de que esse teste não é capaz de prever com precisão comportamentos discriminatórios no mundo real. Por exemplo, um dos estudos técnicos apresentados no relatório mostrou que o IAT não consegue correlacionar vieses raciais implícitos com ações observáveis no cotidiano de brancos em relação aos negros.
Outro estudo revelou resultados semelhantes em relação aos vieses de gênero, especialmente em carreiras de alta capacidade, sugerindo que fatores não analisados por esse método podem explicar melhor os comportamentos humanos reais.
A principal crítica do relatório é a utilização imprudente dessa ciência falha na criação de políticas públicas que afetam milhões de norte-americanos. Nos últimos anos, a teoria do viés implícito tem sido amplamente usada para justificar políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) em todos os níveis de governo e no setor privado. Essas políticas, segundo o relatório, baseiam-se em evidências fracas e, em muitos casos, contraproducentes. A implementação de programas de treinamento para combater o viés implícito de ideologias, por exemplo, tem mostrado pouca ou nenhuma eficácia, e há indícios de que tais treinamentos possam até intensificar os problemas que visam resolver.
O relatório ressalta que, ao basear regulações e programas em ciência irreproduzível, o governo não apenas desperdiça recursos, mas também prejudica a confiança pública na ciência de maneira geral. Isso é especialmente preocupante em áreas como a Justiça, onde a teoria do viés implícito tem sido usada para justificar mudanças nos critérios de avaliação de culpa, substituindo a prova individual por associações estatísticas questionáveis.
Além de apresentar as falhas científicas, o relatório da NAS também oferece recomendações práticas para os formuladores de políticas. Entre elas, destacam-se a necessidade de revogar todas as leis e regulamentos baseados na teoria do viés implícito, a criação de uma comissão federal para avaliar as bases científicas das pesquisas sociais que fundamentam essas teorias, e o incentivo à educação de advogados e juízes sobre a crise de irreprodutibilidade na ciência.
David Randall, diretor de pesquisa da NAS, resumiu a urgência da situação afirmando que "replicação faz a boa ciência". Sem essa prática fundamental, o governo corre o risco de basear intervenções políticas em pesquisas possivelmente falhas, com impactos diretos na liberdade e prosperidade dos cidadãos americanos. Randall e seus colegas, Warren Kindzierski e Stanley Young, autores do relatório, pedem uma reforma nas práticas científicas para garantir que as políticas públicas sejam baseadas na melhor ciência disponível.
Esse relatório é o quarto da série Shifting Sands, que tem como objetivo destacar os efeitos negativos da ciência irreproduzível em várias áreas de regulamentação governamental. Ao focar na teoria do viés implícito, a NAS continua seu trabalho de expor como a ideologia pode distorcer tanto a ciência quanto as políticas públicas, trazendo à tona a necessidade urgente de um retorno a práticas científicas rigorosas e transparentes.
Para proteger a integridade científica e a liberdade individual, os formuladores de políticas precisam utilizar métodos rigorosos de investigação e abandonar teorias baseadas em evidências científicas frágeis ou inexistentes. A contaminação pela ideologia nas pesquisas e nas políticas públicas gera efeitos adversos profundos e duradouros. Temos sentido claramente os efeitos sociais dessa prática. É preciso voltar à realidade como base para criar regras.
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