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Que Hollywood tem uma fixação quase obscena por remakes não é novidade pra ninguém. Mas tem chamado a atenção o número de produções anunciadas e já em andamento que pretendem “apresentar” antigas franquias e sucessos do cinema para as “novas gerações”.

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Haja aspas para escrever isso aí. O fato é que, há um bom tempo, os estúdios, executivos e roteiristas da indústria cinematográfica americana sofrem uma crise de criatividade profunda. Ao invés de repetir clichês e temas consagrados, que já fazem parte da experiência do grande público, tem se optado por repetir filmes inteiros. Afinal, para quem banca a produção, parece muito mais seguro investir em franquias já conhecidas e de relativo sucesso, cujo nome, por si só, pode despertar a atenção dos espectadores. É a cabeça do investidor, fácil de entender.

Revisitar grandes sucessos do cinema, principalmente aqueles que podem parecer datados se vistos hoje em dia, não seria uma ideia tão ruim, não fosse o resultado normalmente apresentado. O que temos visto por aí, e não tenho medo de generalizar, são produções dispensáveis, caça-níqueis, moderninhas, mas que não chegam aos pés dos filmes originais.

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O alvo da vez é a série O Exterminador do Futuro, criada por James Cameron. Semana passada, Arnold Schwarzenegger anunciou que estará em um novo filme, que pretende recomeçar a franquia do zero, 29 anos depois do lançamento do primeiro Exterminador. Os novos produtores, que compraram os direitos da série, têm uma corrida contra o tempo pela frente: querem produzir três novos filmes até 2019, quando os direitos voltam para James Cameron.

É o velho jeitinho hollywoodiano de querer sugar ao máximo o potencial de uma série, em busca de faturamento. Os dois primeiros filmes do Exterminador, dirigidos por Cameron, marcaram época, seja pelo roteiro intrincado envolvendo viagens no tempo quanto pelas sequências de ação e efeitos especiais. Aí, veio um terceiro e quarto filme que pouco acrescentaram à franquia a apenas reforçaram conceitos já estabelecidos, sem grandes arrecadações de bilheteria. Deveria ser o suficiente para os produtores deixarem a série em paz. Longe disso.

Nos últimos dois anos, uma série de remakes aproveitadores passou pelos cinemas, fazendo muito barulho antes do lançamento mas sendo esquecidos no instante seguinte em que a sessão termina. Tivemos O Vingador do Futuro, baseado na ficção científica de Paul Verhoeven, O Espetacular Homem Aranha, reboot da série de Sam Raimi na telona (com inacreditáveis cinco anos entre o novo filme e o último), uma infame nova versão de Sob o Domínio do Medo, um dos filmes mais viscerais de Sam Peckinpah… Sem falar na tentativas malsucedida de revisitar Conan, O Bárbaro.

A lista vai longe ainda. Vem aí novas versões de Robocop, Carrie – A Estranha, A Morte do Demônio, O Grande Gatsby, Tropas Estelares e tantos outros. Sem falar que nos bastidores da Warner, mesmo antes de O Cavaleiro das Trevas Ressurge ser lançado, já circulava a ideia de relançar novamente a série do zero, pra continuar aproveitando o hype surgido com o sucesso dos filmes mais recentes do Homem Morcego.

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Claro, há alguma chance de nos surpreendermos. Vale lembrar que muitos filmes alardeados pelo público e pela crítica são considerados remakes, mesmo indo bem além das produções originais. É o caso, por exemplo, de Scarface, de Brian De Palma, Os Infiltrados, de Scorsese, A Mosca, de David Cronenberg, e, mais recentemente, a versão americana de Os Homens que Não Amavam as Mulheres, de David Fincher… há uma luz no fim do túnel.

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E você, é contra ou a favor dos remakes? Está ansioso para ver alguma nova versão do seu filme preferido nos cinemas? Comente aqui no blog, porque essa conversa vai longe…